Igrejas evangélicas não deveriam lançar candidatos a cargos políticos. É um erro pensar que enviar membros seus aos Parlamentos (municipais, estaduais e federal) seja a melhor maneira de obter benefícios dos Poderes Constituídos. A melhor maneira nem sempre é a mais vantajosa do ponto de vista prático. Nesse caso, a melhor maneira é a cidadania, para a qual ética é um ingrediente fundamental.
Tenho dificuldade com aqueles conselhos ou comissões de política em igrejas, pois, em vez de tratarem da conscientização política dos crentes, à luz de princípios bíblicos, tratam de escolher candidatos que serão meros "representantes" da agremiação eclesiástica. Isso é fisiologismo.
Ora, o certo, na perspectiva ética, é que os políticos não sejam meros lobistas, mas que tenham noção do todo. É verdade que cada político representa, de algum modo, interesses setoriais da sociedade, até por sua procedência e formação, mas não pode fazer disso sua plataforma política, não pode ser eleito para essa finalidade.
Quando uma igreja elege candidatos simplesmente para obter favores públicos, ela está cometendo o erro do clientelismo, do favoritismo, pois seu "representante" estará sendo eleito para agir em nome de uma corporação, e não em nome da sociedade em geral. Abre-se a porta para o nepotismo, quem sabe para o coronelismo, e com certeza para o fisiologismo.
Deve haver, isto sim, consciência de cidadania nas igrejas, pois somos cidadãos na Terra. Devemos votar com consciência, e, se vocacionados, tentar uma eleição para algum cargo político. Mas não pode haver promiscuidade entre o público e o privado, e nesse caso as igrejas são consideradas como entidades da esfera privada, já que não foram instituídas para atingir o interesse público.
Se as igrejas querem ver seus requerimentos atendidos pelos setores públicos, ou se acreditam que têm deparado com embaraços burocráticos por não possuir "representantes", se essa é a motivação, que se irmanem e lancem um candidato único, ou alguns candidatos de denominações diferentes. O que não pode haver é um candidato da igreja. Mas penso que candidatos com plataforma cristã evangélica deveriam tem bandeiras mais nobres, como a defesa de valores familiares e éticos, o combate a leis que limitem a liberdade religiosa, e a luta por justiça social e ética na política.
Deve haver, isto sim, consciência de cidadania nas igrejas, pois somos cidadãos na Terra. Devemos votar com consciência, e, se vocacionados, tentar uma eleição para algum cargo político. Mas não pode haver promiscuidade entre o público e o privado, e nesse caso as igrejas são consideradas como entidades da esfera privada, já que não foram instituídas para atingir o interesse público.
Se as igrejas querem ver seus requerimentos atendidos pelos setores públicos, ou se acreditam que têm deparado com embaraços burocráticos por não possuir "representantes", se essa é a motivação, que se irmanem e lancem um candidato único, ou alguns candidatos de denominações diferentes. O que não pode haver é um candidato da igreja. Mas penso que candidatos com plataforma cristã evangélica deveriam tem bandeiras mais nobres, como a defesa de valores familiares e éticos, o combate a leis que limitem a liberdade religiosa, e a luta por justiça social e ética na política.
Evangélicos podem ser políticos, não há mal nisso. Os evangélicos deveriam, na verdade, ter uma consciência política mais aguçada, mais bíblica (Rm 13.1-7; I Pe 2.11-17).
Vale a pena conhecer a história do governador José, do legislador Moisés, do governador Neemias, do estadista Daniel. José e Neemias deram exemplo do que é o administrador público eficiente e responsável. Moisés elaborou o que se poderia chamar de "estatuto constitucional" de uma nação. Daniel foi um dos mais destacados príncipes do Reino Persa, sendo ele um estrangeiro. Todos eles exercitaram a boa política.
Vale a pena também lembrar que não é de hoje que políticos favorecem religiosos movidos por interesses politiqueiros - foi assim que o rei Herodes reformou o Templo em Jerusalém, tão-somente para angariar a simpatia do povo e de seus repugnantes líderes. É assim que, penso eu, muitos pequenos herodes andam favorecendo pastores e suas igrejas por esses Brasis a fora.
Um comentário:
Alex,
Excelente postagem, em que reflete bem os dias em que vivemos, afinal de contas, os "Herodes modernos" continuam por aí fazendo negócios com os sinédrios religiosos.
Abraço.
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