Jesus foi tentado quanto ao poder, à soberba e à dominação (Mt 4.1-11; Mc 1.12,13; Lc 4.1-13; ver ainda Hb 4.15). O diabo investiu contra o nosso SENHOR com as propostas de satisfazer necessidades imediatas pelo uso do poder sobrenatural (transformar pedras em pães); tentou incutir em nosso Mestre o desejo de dominar sobre reinos desta Terra, se adorasse ao príncipe das trevas; bem como o convidou a demonstrar poder de se livrar da morte, lançando-Se do topo do Templo, para assim alimentar uma soberba que Jesus jamais conheceu.
Preciso admitir que eu também sou tentado nessas áreas. Sou tentado ao poder, à soberba e à dominação. Sou tentado, talvez não ao poder sobrenatural, mas ao poder da palavra, ao poder da persuasão racional, ao poder do convencimento dialético. Sou tentado à soberba de meus argumentos, de minha suposta inteligência, de minhas experiências. Sou tentado à dominação de quem eu venha a liderar. Aliás, pequenos grupos também são campo propício à exibição de vaidades.
João escreveu que as coisas do mundo, entre elas a "soberba da vida", não procedem do Pai (I Jo 2.16). E, se o eventual leitor observar, os três itens citados por João como sendo as "coisas do mundo" - concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e soberba da vida - foram palmilhados pelo primeiro casal quando lançaram mão da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal (Gn 3.5-7). O engodo da serpente consistiu em que eles achassem que comer daquela árvore traria entendimento ético alienado de Deus, tornando-os como se fossem Deus.
A tentação da soberba bate à minha porta dizendo que não dependo de Deus, que posso fazer tudo sozinho, que minhas idéias e palavras são convincentes, que minhas escolhas acertarão o alvo. No entanto, não sou auto-suficiente, não sou um deus. Dependo inteiramente do meu Criador e SENHOR.
Vivemos um momento difícil na Igreja brasileira - perdoe-me repetir isso. Vivemos um período em que líderes constróem ministérios em torno de si, e têm a coragem de dizer que glorificam a Deus, quando estão glorificando a si mesmos. São egocêntricos, e alguns mais parecem megalomaníacos. Suas igrejas têm que ser as maiores, seus templos, mais luxuosos, suas estratégias, mais avançadas, seus livros, mais vendidos, suas supostas "revelações", mais urgentes, mais originais. Falam de conquistas e vitórias, mas não é a Deus que se entregam os despojos.
Quero crer que não irei entrar por esse caminho. Tenho fé que não irei. Espero em Deus que minhas pregações e meu ensino venham despertar pessoas ao Evangelho puro e simples que Jesus nos deixou, assim como eu mesmo preciso a cada dia ser transformado. Olha, como eu preciso ser transformado...
Um comentário:
Ola Alex, a Paz do Senhor:
Descobri seu blog ao fazer uma pesquisa sobre Justificacao e gostei tanto que estou aqui novamente.
Quero deixar aqui registrado que concordo com voce em tudo que disse,e acrescentar que necessitamos da misericordia de Deus para nao cairmos na armadilha chamada "tentacao".
Rosemary Jovino.
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