Seja bem-vindo a este blog! Meu objetivo principal é depositar aqui reflexões bíblico-teológicas, com espaço também para poemas, crônicas e idéias sobre política, cultura e generalidades. E acredito que Fé e Razão não precisam viver em conflito.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Três homens poderosos
Ser brasileiro
Enfim, o brasileiro mediano é isso aí, e não desiste nunca. Cabe a mim e a você mudar esse conceito.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Os evangélicos e a política
Deve haver, isto sim, consciência de cidadania nas igrejas, pois somos cidadãos na Terra. Devemos votar com consciência, e, se vocacionados, tentar uma eleição para algum cargo político. Mas não pode haver promiscuidade entre o público e o privado, e nesse caso as igrejas são consideradas como entidades da esfera privada, já que não foram instituídas para atingir o interesse público.
Se as igrejas querem ver seus requerimentos atendidos pelos setores públicos, ou se acreditam que têm deparado com embaraços burocráticos por não possuir "representantes", se essa é a motivação, que se irmanem e lancem um candidato único, ou alguns candidatos de denominações diferentes. O que não pode haver é um candidato da igreja. Mas penso que candidatos com plataforma cristã evangélica deveriam tem bandeiras mais nobres, como a defesa de valores familiares e éticos, o combate a leis que limitem a liberdade religiosa, e a luta por justiça social e ética na política.
domingo, 28 de setembro de 2008
Diálogo com o Pr. Ciro Sanches Zibordi sobre o dom de apóstolo
Vale dizer que minha primeira participação serviu para comentar a resposta do pastor Ciro a um internauta na edição nº 14 (que você vê em http://cirozibordi.blogspot.com/2008/09/o-internauta-opina-14.html), quando aproveitei para fazer uma pergunta, que acabou gerando outra edição de O Internauta Opina.
Além da resposta do pastor Ciro, transcrevo tanto o meu comentário como o comentário que o pastor fez depois de tudo.
Veja o que o Pr. Ciro escreveu:
"Publico neste Internauta opina a opinião e uma inteligente indagação do professor Alex Esteves da Rocha Sousa. Espero, com esta publicação, que inclui as minhas considerações, responder a uma pergunta que vários internautas me têm feito, desde a criação deste blog, a respeito do saudoso pastor e pregador Valdir Nunes Bícego (...).
Alex Esteves disse:
A resposta do Pr. Ciro foi adequada, necessária e bíblica (veja a postagem anterior). O irmão Kléber exerceu julgamento preconcebido, e seu texto mal redigido se coaduna com seu raciocínio pouco claro. Também recebi comentários dessa natureza em meu pequeno blog, e nessas ocasiões senti a necessidade de responder, pois são oportunidades de analisar, em caso concreto, pensamentos generalizados na Igreja brasileira. Todavia, há um aspecto em que eu mesmo gostaria de dialogar com o Pr. Ciro: em que acepção o senhor enxerga o dom de apóstolo no falecido Pr. Valdir Bícego? Ele era apóstolo em que sentido?
Minha resposta:
Prezado Alex Esteves,
Sou-lhe grato pelas palavras de apoio e incentivo. E agradeço-lhe pelas valiosas observações que tem feito quanto à nossa língua portuguesa.
Na Palavra de Deus mencionam-se os apóstolos escolhidos pelo Senhor Jesus quando Ele andou na terra (Mt 10.1; Mc 3; Lc 6.13; 9.10) e os apóstolos dados por Ele mesmo à sua Igreja, “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço... até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.11-13, ARA). Estes dons ministeriais não se referem a obreiros que se consideram, por conta própria (em razão de sua liderança sobre pastores), apóstolos. São dados à Igreja pela soberana vontade de Deus. E cabe a nós reconhecer e valorizar os seus ministérios.
Em Efésios 4.11-15 vemos, com muita clareza, que o dom ministerial de apóstolo não ficou restrito aos chamados dias dos apóstolos ou aos tempos da igreja primitiva. Eles permanecerão enquanto a Igreja de Cristo estiver na Terra, posto que ainda nós não chegamos à estatura de varão perfeito (cf. Ef 4.13, ARC; 2 Tm 3.16,17), etc. A vereda do justo é como a luz da aurora, que vai brilhando até ser dia perfeito (Pv 4.18; Hb 6.9; 2 Pe 3.18, etc.).
O irmão já estudou sobre o dom de apóstolo e sua atualidade? Já pesquisou sobre o sentido original do vocábulo “apóstolo”? Em 1 Coríntios 12.28, vemos que o apostolado é o dom ministerial mais elevado concedido aos homens: “A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente apóstolos”. Note: “primeiramente apóstolos”.
Um estudo bíblico do termo em apreço poderá ajudá-lo a entender por que considero apóstolo não só Valdir Bícego, mas também Daniel Berg, Gunnar Vingren, Eurico Bergstén, Cícero Canuto de Lima, Paulo Leivas Macalão, etc., bem como outros homens de Deus da atualidade, como o mestre Antonio Gilberto da Silva.Nunca esses homens mencionados disseram que eram ou são apóstolos. Mas a maneira como Deus os usou (e usa) não deixa dúvidas quanto ao seu apostolado. Foram (e alguns ainda são) homens enviados por Deus ao mundo com uma missão específica, assim como o foi João Batista, que ninguém chama de apóstolo. O termo, no original, não deixa dúvidas quanto ao ministério apostólico do Batista: “Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João” (Jo 1.6, ARA), a despeito de esse dom ministerial ter sido dado à Igreja somente após o Senhor ter subido ao alto, levando cativo o cativeiro (Ef 4.8-11).
João Batista, o precursor de Cristo, que também foi o último dos profetas, nos moldes veterotestamentários (Mt 11.13), pode sim ser chamado de apóstolo, conquanto não tenha sido um dos doze. Ele teve uma chamada divina tão especial, que uniu o ministério profético do Antigo Testamento com o ministério apostólico do Novo Testamento. Além dele, há outros homens de Deus que não pertenceram aos doze, mas foram chamados de apóstolos, como Paulo (1 Co 9.1; 15.8), Barnabé (At 14.4,14) e outros (Rm 16.7; 2 Co 8.23; Fp 2.25; 1 Ts 2.6). Um outro Apóstolo que consta das páginas sagradas é o próprio Senhor Jesus (Hb 3.1).
Lembre-se de que, em algumas pessoas, os dons ministeriais são intercambiáveis. Em geral, um apóstolo, como enviado de Deus, pode ser um mestre, um pastor, um profeta, um evangelista (como o foram o apóstolo Paulo e o próprio Senhor Jesus), como se depreende do estudo do Novo Testamento. Mas são poucos os servos de Deus que dEle recebem essa multifacetada capacitação.Diante do exposto, eu reafirmo que o pastor Valdir Nunes Bícego foi um apóstolo do Senhor em razão das características do seu ministério. Mas, para o irmão ter a mesma convicção que eu, deve: em primeiro lugar, conhecer a fundo (se é que já não conhece) as características bíblicas do ministério apostólico; segundo, confrontar as tais características com as qualidades percebidas no ministério de Valdir Bícego. E foi isso que eu fiz, ao longo de quinze anos.
Em Cristo,Ciro Sanches Zibordi"
Meu comentário:
Prezado Pr. Ciro Zibordi,
Quanto me honra ver minha pergunta respondida pelo senhor com tamanho zelo e gentileza, a ponto de me chamar de "professor". Não mereço. Mas desde já agradeço não só pela deferência, mas principalmente pelo caráter substancial da análise do caso.Embora o senhor tenha tratado o tema com bastante profundidade e critério, passando pelos principais textos bíblicos pertinentes, gostaria, se me permite, anotar que essa questão de semântica precisa hoje ser ensinada ao povo, pois há alguns que se declaram apóstolos, e não o são (Ap 2.2), o que nem de longe seria o caso do Pr. Valdir Bícego, o qual estaria, certamente, ladeado por ninguém menos que os denominados "Apóstolos do Movimento Pentecostal" (Daniel Berg e Gunnar Vingren), do "Apóstolo da Amazônia" (Eurico Nelson, um batista), e do "Apóstolo dos Pés Sangrentos" (um hindu que se converteu e saiu pregando o Evangelho). Em todos esses exemplos houve um reconheicmento posterior, quiçá post-mortem, como esse que o senhor atribui ao saudoso Ir. Bícego. Entendo, salvo melhor juízo, que apóstolo não é título, mas dom, o que o senhor deixou claro. É como um enviado com missão especial, coisa que o senhor também destacou. Estaria esse dom como o de pastor, que, infelizmente, tem sido tratado por muitos como título - entendo que os dois ofícios bíblicos para a Igreja são "presbítero" e "diácono". No demais, há dons. Quanto a um outro sentido semântico para apóstolo, vejo que a referência de Lucas à doutrina dos apóstolos (At 2.42) e a alusão de João à cidade cujo muro era edificado sobre 12 fundamentos, com os nomes "dos doze apóstolos do Cordeiro" (Ap 21.14), repito, entendo que essas passagens mostram que houve um apostolado especial, "sui generis". Sei que o senhor pensa assim, mas foi muito bom estabelecer esse diálogo num momento em que outros grupos têm erigido seus "apóstolos" com novas doutrinas e novos fundamentos, supostas revelações. Na verdade, esse diálogo só pode ser construído com pessoas como o senhor, cujo raciocínio é muito claro, claríssimo. Não digo isso para nenhum outro objetivo senão o de motivá-lo a prosseguir com esse importante ministério. A propósito, poderia eu transcrever esse "post" do senhor em meu blog, com a devida citação da fonte? Seria para enriquecer o blog. Que Deus continue abençoando o senhor.
Comentário final do Pr. Ciro:
"Caro professor Alex,
CSZ".
*Ciro Sanches Zibordi é um pastor assembleiano que vem se destacando por livros como Adolescentes S/A, Evangelhos que Paulo Jamais Pregaria, Erros que os Pregadores Devem Evitar, Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar, sendo ainda colaborador na recém-lançada Teologia Sistemática Pentecostal, todos pela CPAD (Casa Publicadora das Assembléias de Deus), na qual o pastor Ciro é editor de obras nacionais do Departamento de Publicações. Para ler o perfil completo, acesse http://cirozibordi.blogspot.com/2007/01/ciro-sanches-zibordi.html
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Debate entre Obama e McCain
Só assim!
A ciberlinguagem da cibercultura
- Já não inicio mais nada. Agora, inicializo. Acho que o termo é mais adequado a um início que vai se iniciando no gerúndio das máquinas. Digamos que é como o gerundismo, mas que começa no infinitivo "inicializar". Pronto, um início meio que ponta-pé inicial, mas que vai se completar no decurso do tempo que urge.
- Deletei alguns arquivos de minha memória: vou ocupar meu HD com coisas mais importantes. E se for para recuperar, vai dar trabalho, não sei se meus softwares resolvem a parada.
- Às vezes eu esqueço de salvar documentos. E como o mundo virtual não é matéria, pode-se perder algo pelo caminho. Como dizia alguém diferente de Isaac Newton, na Informática pouco se cria, tudo se copia e cola, ou recorta e cola.
- Numa constante, todos se encontram no sítio, ou melhor, no site. Há uma rede de relacionamentos sem relacionamento. Uma série de perfis inventados, contatos sem contato, conexões desconectadas.
- Adicionei você aos meus favoritos é a frase da amizade e da admiração, ao passo que você tem 0 mensagens não lidas é motivo de lamento.
- Gosto da vida on line. Seja no banco, na igreja, em casa ou no restaurante, tudo deve ocorrer na hora, quando eu teclar enter. O dinheiro na mão, a bênção na mão, a comida na mão. Tem que ser na hora. Um dia, o trânsito e a burocracia serão informatizados. As compras e a movimentação financeira já são. Daí para um investimento espiritual on line são dois palitos, quero dizer, duas teclas, do tipo ctrl [control] mais alguma outra.
- Se houvesse computador no Éden, principalmente se fosse ligado à Internet, vocês veriam onde esse mundo ia parar. Ia parar no mesmo lugar, pois o componente mais problemático do computador é o que fica diante dele.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Assim é o Brasil...
A condenação do Sargento Laci, por deserção, e a causa homossexual
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u448955.shtml
Querem de mim um auto-exame?
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
A Ultimato sobre Edir Macedo provocou reações!
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Tentações de poder, soberba e dominação
Mais sobre "a lei da semeadura financeira"
domingo, 21 de setembro de 2008
Mais uma mudança em nossas vidas
Da liberdade
É a liberdade de araque:
Uma liberdade que se impõe
Não é de verdade.
Uma liberdade que se impõe
Não é a Verdade.
A liberdade libertina também não liberta.
A liberdade libertina se declara aberta,
Mas tropeça no erro de não conhecer regras.
A liberdade verdadeira tem limites
Que respeitam o ser livre, o ser do outro.
E a Verdade que liberta é conhecida
Dos que, livres, testemunham seu estado.
Disse bem o lusitano que o amor
É "servir a quem vence, o vencedor".
Nesse ponto concordamos,
Não há mancha em seu riscado:
Liberdade é a contradita do egoísmo,
É escravizar-se ao amor, ao desatino,
À loucura de um Deus que Se entregou
Por um povo egoísta e sem amor.
Liberdade não é aquela estátua,
Que se ergue altaneira, poderosa.
Liberdade é voar no céu de anil
Com as asas adequadas ao voar.
Diferente é tomar um vôo errante
Que de vôo se transforma em queda livre.
Não me iludo com as esquerdas
sábado, 20 de setembro de 2008
Ativismo versus Cristocentrismo
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Um teclado sob as mãos e uma idéia na cabeça
Venho do agreste
Meu sotaque o denuncia.
Um pouco pra cá do sertão,
Antes do litoral.
Venho do agreste,
Nordestino da Bahia,
Filho de quem veio
Das terras do Piauí.
Venho do agreste,
Mas peguei o trem de Minas,
E consigo ter saudade
De queijo e de acarajé.
Venho do agreste
Quando a pele era macia,
Mas agora, esposo e pai,
Volto a quem me deu à luz.
Venho do agreste,
Das terras de Alagoinhas,
Cujo nome em diminuto
Guarda em si o mundo inteiro.
Venho do agreste,
Mas passei à Cidade Morena
Onde a filha, tão pequena,
Descobriu seu próprio mundo.
Venho do agreste.
Na verdade, meu coração é agreste:
Rude, indelicado e silvestre.
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Sugestões para cristãos principiantes na arte de pensar a fé
Como somos vistos pelo mundo?
Pit Stop (?)
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Dos projetos de igreja
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
O campo é grande
Minha esposa e filha chegaram uns 20 dias depois, e fomos residir por quase um ano numa casa pequenina bem no centro. Saímos de lá e viemos a esta casa bem maior, para abrigar não só a nós como aos pais da Miriam, pois meu sogro teve um Acidente Vascular Cerebral em 23 de agosto de 2007.
Adaptei-me ao local de trabalho, Deus nos ajudou em tudo. Arranjei amigos, grandes amigos.
sábado, 13 de setembro de 2008
Estudo bíblico sobre a Eternidade como doutrina fundamental
“Eternidade: onde você vai passar a sua”?[1]
I. Introdução.
O que é a Eternidade?
Será o mesmo que viver para sempre, não passar pela morte?
Eternidade é a vida além-túmulo, para bons e maus?
A Eternidade é sempre boa?
O Homem é eterno?
Todos os seres são eternos?
Eternidade é o que vem depois do tempo?
Eternidade é o mesmo que imortalidade?
II. A Eternidade é um anseio do Homem.
Todas as religiões têm uma noção própria do que seria a vida após a morte.
Quem jamais ouviu falar do elixir da juventude?
Quantos filmes e obras literárias tratam do viver para sempre?
De certo modo, o culto ao corpo e a preocupação excessiva com a saúde tem a ver com o anseio de Eternidade dentro do Homem.
Em Eclesiastes, lemos que “Deus pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim” (Ec 3.11).
III. A Eternidade como atributo de Deus.
A Eternidade é um atributo absoluto de Deus. Isso significa que só Deus é Eterno.
O SENHOR habita a Eternidade (Is 57.15). Deus é Transcendente e Imanente.
O Messias tem Suas origens desde os dias da Eternidade (Mq 5.2).
O Messias é o Pai da Eternidade (Is 9.6).
O Espírito Santo é Eterno (Hb 9.14).
Abraão tinha a concepção de que o SENHOR é “o Deus Eterno” (Gn 21.33). E invocava o Seu nome.
A justiça de Deus é eterna (Sl 119.142), assim como Ele o é.
O SENHOR Deus é “uma Rocha eterna” (Is 26.4).
IV. A Eternidade como plano de Deus para o Homem.
Deus prometeu a Vida Eterna “antes dos tempos eternos” (Tt 1.2).
O caminho de Deus para o Homem é “o caminho eterno” (Sl 139.24).
No Éden, a Árvore da Vida era apta a dar Vida Eterna (Gn 2.9).
A promessa que o Filho de Deus nos fez foi a Vida Eterna (I Jo 2.25).
Tem a Vida Eterna aquele que crê no nome do Filho de Deus (I Jo 5.13).
É necessário reconhecer o Verdadeiro, e estar no Verdadeiro. O Verdadeiro é Jesus Cristo, que é o Verdadeiro Deus e a Vida Eterna (I Jo 5.20).
Deus enviou Seu Filho para que todo aquele que n'Ele crê não pereça, mas tenha a Vida Eterna (Jo 3.16).
A missão do SENHOR Jesus aqui no mundo foi entregar o mandamento do Pai, que consiste na Vida Eterna (Jo 12.50).
O SENHOR Jesus recebeu autoridade do Pai a fim de conceder a Vida Eterna àqueles que o Pai lhe desse, e a Vida Eterna consiste numa só coisa: conhecer ao Pai como único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem o Pai enviou (Jo 17.2,3).
Em At 5.20, o Anjo do SENHOR liberta os apóstolos da prisão e lhes ordena que digam ao povo “todas as palavras desta Vida”.
V. Três sentidos para a palavra “Vida”.
Tendo visto que a Eternidade é um atributo absoluto de Deus e que ao mesmo pode ser entendida como o plano de Deus para o Homem, vejamos em que consiste a Vida Eterna prometida aos que crerem.
A palavra “vida” ocorre na Bíblia significando existência humana, qualidade de vida ou imortalidade. Dependendo a tradução, “vida” e “alma” são sinônimos em alguns trechos.
1) Existência humana.
A vida como existência humana está, por exemplo, em I Sm 2.6, Jó 7.7 e 33.4, Sl 146.2, Mt 6.27, At 17.25, Tg 4.14 (a vida está nas mãos de Deus e é provisória, como um sopro, uma duração, um decurso no tempo, o ato de respirar).
2) Qualidade de vida.
Moisés propôs “vida” e “bênção” aos israelitas em contraposição a “morte” e “maldição”. Vida, nesse caso, é qualidade de vida (Dt 30.15,20).
Davi também pensou em qualidade de vida quando disse que Deus o faria ver “os caminhos da vida”, sentir “plenitude de alegria”, bem como desfrutar “delícias perpetuamente” (Sl 16.11). De acordo com ele, em Deus está “o manancial da vida” (Sl 36.9). Deus oferece vida abundante.
O Livro de Provérbios trata da vida como qualidade de vida quando diz que os mandamentos do SENHOR são vida para a alma, saúde e favor do SENHOR (Pv 3.22; 4.22; 8.35; 12.28; 14.27).
Isaías e Jeremias tiveram entendimento semelhante (Is 4.3; Jr 8.3; 21.8).
3) Imortalidade.
Em Mt 7.14 o SENHOR Jesus ensina que apertado é o caminho que conduz à vida. Trata da imortalidade com Deus.
Em Rm 6.23 sabemos que o dom gratuito de Deus é a Vida Eterna, em contraste com o salário do pecado, que é a morte.
Em Rm 8.1-11 lemos que o Espírito de Deus é o Espírito da Vida; que a inclinação do Espírito é para vida e paz; que, em se tratando do cristão, “o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça” (especialmente o v.10).
Em II Co 2.16 lemos que os salvos são cheiro de morte para morte (dos que se perdem) ou aroma de vida para vida (dos que se salvam). Nosso testemunho é importante no processo de Salvação ou Condenação, mas quem salva é Jesus Cristo.
O salvo não sofrerá a morte eterna porque nele habita o Espírito Eterno de Cristo. Essa é a imortalidade com Deus ou Vida Eterna.
Em II Co 4.10,11 somos exortados a levar no corpo o morrer de Jesus para que Sua Vida se manifeste em nosso corpo ou “carne mortal”.
Em Ef 2.1, 5 lemos que Jesus Cristo nos deu Vida quando estávamos mortos em ofensas e pecados.
Em Cl 3.3,4 lemos que nossa “vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus”, e que, quando Cristo, que é a nossa Vida, se manifestar, seremos manifestados com ele em glória”.
Em Hb 7.16 está escrito que Cristo tem “o poder de vida indissolúvel”.
Cremos que o conceito de Vida Eterna é a composição de imortalidade e qualidade de vida. Assim, o justo morre fisicamente, mas não morre eternamente, pois tem qualidade de vida. Por outro lado, o injusto morre fisicamente e eternamente, porque, embora seu espírito seja imortal, ele não tem qualidade de vida.
Dito de outro modo, ninguém vai deixar de existir na Eternidade, mas somente os salvos viverão eternamente em termos de qualidade de vida.
VI. O que o apóstolo João escreveu sobre a Vida.
A Vida estava em Jesus Encarnado como luz dos homens (Jo 1.4);
Quem crê no Filho tem a Vida Eterna (Jo 3.36);
Jesus oferece uma fonte a jorrar para a Vida Eterna (Jo 4.14);
Quem ouve a palavra de Jesus tem a Vida Eterna (Jo 5.24);
Jesus é o Único que tem as palavras de Vida Eterna (Jo 6.68);
Jesus oferece Vida abundante (Jo 10.10);
A Vida Eterna é dádiva do SENHOR Jesus para suas ovelhas (Jo 10.28);
Jesus é a Ressurreição e a Vida (Jo 11.25);
Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14.6);
A suma do Evangelho é crer que Jesus é o Filho de Deus, e que, crendo, tenhamos Vida em Seu nome (Jo 20.31);
Já passamos da morte para a Vida porque amamos os irmãos (I Jo 3.14);
O Amor consiste em que Cristo deu Sua Vida por nós, e por isso devemos dar a nossa vida pelos irmãos (I Jo 3.16). Isso implica em renúncia e abnegação.
VII. A Eternidade tem duas faces.
Dentre todos os mortos, muitos ressuscitarão para a Vida Eterna, e outros para “vergonha e horror eterno” (Dn 12.2).
O SENHOR Jesus disse que há um “fogo eterno”, que é o “inferno de fogo” ou “castigo eterno” (Mt 18.8,9; 25.41). Essa é uma realidade que não podemos negar. Mas os justos irão para a Vida Eterna (Mt 25.46).
Existe até mesmo o “pecado eterno”, que é a blasfêmia contra o Espírito Santo (Mc 3.29).
A morada dos santos é chamada de “tabernáculos eternos” (Lc 16.9).
VIII. Existe predestinação para a Vida Eterna e para a Perdição Eterna?
Quem foi destinado para a Vida Eterna? Há predestinação? Observe-se que em At 13.48 o texto diz que, dentre os gentios, “creram todos os que forma destinados para a vida eterna”. Mas isso não quer dizer que eles foram predestinados enquanto outros ficaram alienados por Deus. Antes, significa que eles só foram salvos porque Deus já havia destinado um povo à Salvação. Todos aqueles que são salvos “se encaixam” no plano salvífico de Deus para a Humanidade.
Naturalmente, em Sua presciência, Deus sempre soube quem seria salvo e quem se perderia. Mas isso não tem ligação com a predestinação de quem seria salvo e de quem se perderia – a predestinação é coletiva, quanto à futura existência de um povo salvo, e não quanto à escolha autoritária de Deus, que respeita a liberdade criada por Ele.
IX. Eternidade e justificação.
Enquanto o pecado reinou pela morte, a graça reina pela justiça para a Vida Eterna (Rm 5.21). Não se trata da justiça humana, mas da justiça de Deus em Cristo. “Justo” não é o que pratica obras supostamente justas por si mesmo, mas o que é declarado justo por Cristo.
A justificação é uma condição do pecador declarado justo, como uma situação mais passiva do que ativa. “Justificado” é uma palavra que gramaticalmente sugere essa condição passiva, de que Cristo nos justificou, diferente de dizermos que somos justos porque praticamos obras justas.
Esse é o significado de que “o justo viverá pela fé” (Hc 2.4; cf. Gl 3.11; Hb 10.38,39). Do mesmo modo vemos que a fé de Abraão foi contada como justiça diante de Deus (Gn 15.6; Rm 4.3; Gl 3.6; Tg 2.23).
X. Atitudes erradas diante da Eternidade: Legalismo, Hedonismo e Secularismo.
1) Legalismo.
O jovem rico perguntou ao SENHOR Jesus o que deveria fazer para alcançar a Vida Eterna (Mt 19.16; Mc 10.17; Lc 18.18). Ele achava que a Vida Eterna seria alcançada por mérito pessoal ou esforço. Estava enganado.
A Vida Eterna é uma “herança” para aqueles que renunciam a todas as coisas por causa do nome de Cristo (Mt 19.29; Mc 10.30). Basta uma atitude de renúncia às prioridades que não se conformem com a Pessoa e Obra de Cristo. Essa herança não é fruto da ação humana, mas uma reação positiva à Pessoa e Obra de Cristo. Ninguém adquire uma herança por esforço próprio.
O legalista age como se pudesse alcançar a Vida Eterna por seus próprios esforços, assim como os judeus a quem Paulo e Barnabé tentaram pregar o Evangelho na cidade de Antioquia, fazendo com que os missionários se voltassem aos gentios (At 13.46).
Paulo os acusou de se acharem indignos da Vida Eterna. Mas, nós não somos indignos mesmo? Éramos indignos, mas Cristo nos dignificou com Sua Obra na Cruz.
Todos são dignos no sentido de que a Salvação é ofertada a todos, sem exceção. Quem se acha indigno, de acordo com a frase de Paulo, anula a Cruz de Cristo.
Repito: em nós mesmos, não somos dignos de absolutamente nada que não seja a condenação eterna, mas Cristo nos dignificou. Por isso, aceitamos essa herança de graça. Ela é gratuita para nós, mas Cristo pagou o preço total em nosso lugar.
Vale observar que em Lc 10.25 um doutor da Lei faz a mesma pergunta ao SENHOR Jesus: “Que farei para herdar a vida eterna”. Depois de concluir que se deve amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, ele pergunta a Jesus quem é o seu próximo, com o objetivo de reduzir a abrangência do mandamento. Essa é a atitude de quem busca subterfúgios ou atalhos para não atender ao mandamento do amor.
2) Hedonismo.
O SENHOR Jesus disse que aquele que “ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna” (Jo 12.25).
Como estamos nós? Amamos esta vida ou a odiamos? O que o SENHOR Jesus está dizendo com isso? Será que devemos ser pessimistas, amargurados e tristes? Será que devemos desprezar os bens desta vida, como família, trabalho, ciência, indústria, meio ambiente, cultura e artes? Será que devemos descuidar de nossas obrigações e responsabilidades? NÃO! O SENHOR Jesus não está dizendo isso!
Com palavras fortes, o SENHOR Jesus está dizendo que não devemos priorizar esta vida em detrimento da Vida Eterna. É como escreveu o salmista: “A tua graça é melhor do que a vida” (Sl 63.3).
Não devemos ser hedonistas, cultuando o prazer. Esse culto ao prazer pode acontecer até mesmo nas igrejas, por meio do orgulho espiritual.
3) Secularismo.
Secularismo é o estilo de vida de quem pensa, sente e age como se Deus não existisse ou não tivesse nada a ver com suas escolhas.
Não devemos esperar em Deus apenas para esta vida, para não sermos os mais miseráveis dentre os homens (I Co 15.19). Nossa esperança ultrapassa a barreira do tempo.
A atitude secularista é a de se preocupar com as coisas deste século, desta era, deste tempo. Ela não se ocupa das coisas invisíveis, que são eternas (II Co 4.18). O Secularismo não tem nada a ver com a Eternidade.
XI. A promessa da Eternidade tem uma dimensão ética.
Receberão a Vida Eterna aqueles que perseverarem em fazer o bem, procurando valores como glória, honra e incorruptibilidade. A Vida Eterna virá acompanhada de glória, honra e paz “a todo aquele que pratica o bem”, ao passo que os “facciosos, que desobedecem à verdade e obedecem à injustiça” terão “tribulação e angústia”, porque fazem o mal (Rm 12.7-10).
Veja bem: a Vida Eterna não se adquire pelas boas obras nem pelo cumprimento de requisitos legais, tampouco pelo ativismo de igreja. A Vida Eterna tem uma dimensão ética no sentido de que aqueles que forem salvos terão condições de produzir boas obras, preparadas por Deus “de antemão”, para que nelas andássemos (Ef 2.10).
Somente pode alcançar a Vida Eterna aquele que já foi alcançado por Cristo, ou seja, criado em Cristo Jesus para essas mesmas obras (Ef 2.10). Sendo assim, a vida do salvo tem seu destino eterno como natural na medida em que as obras que pratica são obras próprias da Eternidade.
Essa cadeia só se rompe se o cristão apostatar da Fé ou deliberadamente entristecer ao Espírito Santo com seu pecado contínuo e não confessado.
XII. “Quem perde ganha”.
O SENHOR Jesus disse que aquele que achar a sua vida perdê-la-á, e quem a perder achá-la-á (Mt 10.39; Mc 8.35; Lc 9.24). Ensina-nos quanto à prioridade de nossa vida: Cristo ou eu?
O próprio Jesus deu Sua vida pelas ovelhas (Jo 10.15). Essa é a essência do Evangelho.
XIII. A Vida no Livro de Apocalipse.
Se depois da Queda o Homem foi expulso do Éden para não comer da Árvore da Vida, os vencedores comerão da Árvore da Vida como recompensa pela vitória que Cristo lhes alcançou (Ap 2.7).
O vencedor terá o seu nome preservado no Livro da Vida (Ap 3.5; cf. 13.8 e 21.27).
Cristo dará de graça da fonte da água da Vida a quem tiver sede (Ap 21.6; 22.17).
Cristo é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim – n'Ele tudo começa e para Ele tudo converge (ver Ap 21.6).
XIV. Conclusão.
Eternidade é diferente de não passar pela morte física.
Eternidade é mais do que vida além-túmulo.
A Eternidade não será boa para todos.
O Homem não é eterno, mas pode receber a Vida Eterna em Cristo.
Somente Deus é Eterno.
Eternidade é mais do que um estado atemporal. Eternidade, no aspecto positivo, é qualidade de vida em Cristo.
Eternidade é mais do que imortalidade.
A Eternidade, no aspecto positivo, segue os mesmos princípios fundamentais da vida cristã. As obras que praticamos em Cristo foram preparadas na Eternidade e servirão para recompensa na Eternidade. Só vai para a Vida Eterna quem segue os princípios da Vida Eterna.
Em suma: só vai para a Vida Eterna quem já tem a Vida Eterna nesta era.
[1] Material preparado para subsidiar a preleção a ser dada na Congregação da Assembléia de Deus no Taveirópolis, em Campo Grande-MS, no dia 14 de setembro de 2008, por ocasião do Congresso de Jovens com o tema “Eternidade: onde você passará a sua”?
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Bases de Fé
Em um só Deus e na Trindade.
Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão.
Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
No batismo bíblico em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo.
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade.
Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.