Nessa crise diplomática entre o Equador de Rafael Corrêa, a Venezuela de Hugo Chávez e a Colômbia de Álvaro Uribe, há algumas coisas a considerar:
É certo que a Colômbia não poderia invadir o território equatoriano, como de nenhum outro Estado soberano. Mas não é menos certo que o Equador está valorizando demais essa incursão militar, com um discurso severo e o rompimento de relações diplomáticas. O Equador está queimando etapas na solução do impasse. Isso é tema de direito internacional público.
A Venezuela não tem nada a ver com o assunto, mas Hugo Chávez xingou o presidente da Colômbia, rompeu relações diplomáticas com aquele país, e anda mobilizando tropas para a fronteira. O que esse sujeito quer?
Segundo o governo colombiano, foram encontrados documentos que indicam a doação de milhões de dólares às FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) por Hugo Chávez, e uma aproximação muito estranha entre Rafael Corrêa e as mesmas FARC, para libertar reféns a fim de aumentar o prestígio político do presidente do Equador - alguém acha isso impossível?
Enquanto isso, o Brasil, por meio do Chanceler Celso Amorim, limita-se a dizer que a Colômbia deve desculpas ao Equador, mas não deixa claro se considera as FARC um grupo terrorista ou não.
Para mim, a morte do Raúl Reyes foi importante porque a Colômbia luta contra o aprisionamento de cerca de 800 reféns. É um terrorista - além de outros 17 mortos - para 800 reféns.
O problema se agrava porque a) há uma refém de nacionalidade francesa; b) a movimentação militar ocorre muito perto da fronteira com o Brasil; c) os Estados Unidos apóiam a Colômbia no combate ao narcoterrorismo.
Creio que críticas injustas são feitas ao presidente da Colômbia, quando os vilões são os guerrilheiros. São eles, e não Álvaro Uribe, que mantém pessoas presas há anos, sob tortura e intensa pressão psicológica, como vivos, mas minguando a cada dia. Não é o presidente colombiano que tem culpa por um grupo terrorista praticar violações de direitos humanos. As FARC são as únicas culpadas nisso tudo, e com o bem provável apoio de Chávez e Corrêa, ou pelo menos sua conivência. Não vamos trocar as responsabilidades!
Os esquerdóides irão dizer que essa é uma disputa entre o capitalismo e o socialismo, entre o Império e os pobres países oprimidos da América Latina. Isso é pura ideologia, sem compromisso com a realidade, nem com as pessoas envolvidas.
Apesar de tudo, de todo esse estardalhaço que se faz, não creio que haverá uma guerra. E por que não haverá? Simplesmente porque Chávez e Corrêa não querem guerra. Eles querem tão-somente o barulho, a confusão, o achincalhamento do seu colega Uribe, a demonstração de que seu ego, quando ferido, não fica inerte.
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