Hank Hannegraff, que já foi ou é Presidente do Instituto Cristão de Pesquisas nos EUA, escreveu um livro intitulado Cristianismo em Crise, publicado no Brasil pela CPAD. No livro, ele trata do chamado "Movimento da Fé", de pessoas como Kenneth Hagin, Benny Hinn, Morris Cerullo, Frederic K. C. Price, T.L.Osborn (mentor de R.R. Soares), e tantos outros nomes e correntes variadas que de alguma forma representam esse movimento.
Com a importação, pela Igreja brasileira, de ensinos heréticos norte-americanos como a Confissão Positiva, que faz parte do Movimento da Fé, nós todos temos sofrido muito...
O Edir Macedo criou sua Teologia da Prosperidade, que por sua vez contém ensinos próprios daqueles líderes estadunidenses. Com isso, em vez de uma Igreja triunfante, temos crentes triunfalistas, "supercrentes", que são "filhos do Rei", e que por isso se acham "mais que vencedores" para adquirir bens materiais, status social, fama e dinheiro.
O já mencionado R.R.Soares tem ensinado com muita clareza a doutrina de um tipo de fé que na verdade difere da Fé Bíblica, porque consiste numa espécie de pensamento positivo. Os textos bíblicos são distorcidos, não consigo acreditar que alguém chame aquilo de evangelho, pois a essência da Fé, como confiança em Deus, é substituída por uma disposição mental em obter o que se quer, seguida de uma verbalização (confissão) em termos positivos.
No Brasil há atualmente um amontoado de ensinos e práticas heterodoxas, como os tais "atos proféticos", a consagração de apóstolos (!), o evangelho judaizante, o "profetize para o seu irmão que está ao seu lado", a regressão psicológica, a denominada "cura da alma", a maldição hereditária, o fetichismo com sal, óleo, urina, a idéia de que crentes salvos em Cristo podem precisar de libertação de demônios, a batalha espiritual, a elevação do método "igreja em células", também conhecido como G-12, como se fosse a nova onda e a nova visão que todos precisam adotar se quiserem crescer! É impressionante como nós brasileiros conseguimos piorar muito o que já é horrível.
Sei de um livro do Pr. Paulo Romeiro cujo título é Evangélicos em Crise. Preciso lê-lo. Numa breve resenha, dois autores, entre eles o admirável Pr. Augustus Nicomedus Lopes, dizem que o autor escreve mesmo é sobre os pentecostais, sendo que o livro deveria se chamar, para eles, Pentecostais em Crise.
No entanto, a crise é generalizada, pois igrejas históricas têm cedido a muitas besteiras que líderes insensatos ou maliciosos têm criado para confundir o povo de Deus ou para angariar dinheiro. Tenho dito em conversas com irmãos em Cristo que, se espremer bastante, dessa crise só vai sobrar uma causa: a ganância, o gosto pelo dinheiro.
Responda-me: por que doutrinas e práticas espúrias de grupos economicamente fortes não são duramente rechaçados por expoentes do mundo evangélico?
Por que alguém que antes pregava intensamente contra a Teologia da Prosperidade hoje sai dizendo por aí aos quatro ventos que você deve entregar dinheiro à igreja esperando algo em troca, como numa espécie de semeadura financeira ou investimento "espiritual"?
Por que tantos líderes querem fazer suas igrejas crescerem mesmo que ao custo de doutrinas fundamentais?
Por que alianças políticas promíscuas têm sido costuradas entre líderes eclesiásticos e candidatos dos mais diversos partidos?
Por que muita gente boa e séria tem se desiludido, tem se cansado de igreja, tem dialogado com outros irmãos procurando uma saída ou buscando refúgio?
Por que, enfim, tantas pessoas dizem que são evangélicas mas sequer conhecem as bases da Fé Cristã?
Você não vê crise nisso? Se você acha que sou um exagerado, me desculpe, mas sua opinião tão-somente revela que a crise existe.
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