Pelo jeito que a Igreja evangélica brasileira anda, daqui a alguns anos estaremos evangelizando a nós mesmos. Sim, da mesma forma que precisamos evangelizar cristãos nominais ou "não-praticantes" da Igreja Romana, daqui a pouco evangelizaremos evangélicos.
De fato, há muitas pessoas que se dizem evangélicas, mas não no sentido clássico de alguém que se converteu a Cristo, mudou de vida e se submete a uma liderança pastoral. Hoje é bonito ser evangélico, artistas, políticos e outras pessoas famosas gostam de dizer que são evangélicas ou gospel. Há um mercado musical gospel, um mercado literário gospel e uma moda gospel. A indústria, o setor de serviços e os meios de comunicação de massa já começam a perceber o estilo de vida evangélico, por causa do crescimento desse grupo social. Todos sabem que há uma subcultura, quero dizer, uma cultura evangélica própria, dentro da cultura brasileira. Os comerciantes não querem deixar de ganhar dinheiro.
Com isso, com essa onda gospel, com essa facilidade de ser evangélico e até mesmo pastor, bispo ou apóstolo (!), o número de pessoas não convertidas nas igrejas evangélicas é cada vez maior. Alguém duvida disso?
É lamentável que nosso desejo de ver a Igreja crescendo no Brasil tenha ajudado a produzir um amontoado de práticas espúrias, que favorecem o "inchamento" (crescimento superficial), e não a conquista de almas para o Reino de Deus.
O Pr. Silas Malafaia disse em uma pregação que aqueles que dizem que a Igreja evangélica brasileira não está crescendo são despeitados. Eu, embora respeite muito o Pr. Malafaia, discordo dele. Creio que esse crescimento numérico não reflete o crescimento genuíno. Há um crescimento, eu sei, e não se pode negar que a Igreja de vinte anos atrás mudou muito. Mas é necessário ponderar nosso conceito de crescimento, pois de nada adiantará no futuro se tivermos que sair de porta em porta perguntando aos próprios evangélicos se eles não querem aceitar a Jesus.
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