A lógica das esquerdas é a seguinte: quando estão na oposição, clamam contra tudo o que vem do governo; quando estão no governo, dizem que as "elites" não querem que o país dê certo.
O presidente Lula faz quase tudo o que recriminou quando era membro da oposição. Praticamente pediu que esquecêssemos o que ele pregava quando candidato à presidência em 1989, 1994 e 1998.
FHC pediu que esquecêssemos o que ele escrevera como sociólogo. Ele também é oriundo da esquerda, embora uma esquerda menos amarga e mais inteligente. Assim, nossos derradeiros presidentes pediram que esquecêssemos o que eles haviam feito a vida toda. Lula rejeitou sua biografia; FHC, sua bibliografia.
Os sem-terra (Via Campesina e MST) têm promovido depredações em propriedades privadas da Monsanto, da Vale, de uma siderúrgica no Maranhão. É a coisa mais feia do mundo aquele pessoal quebrando, arrancando, destruindo, violando. Eles não querem plantar nem construir, mas destruir e desarraigar. É a lógica anti-instituição, anti-governo, anti-direito.
A esquerda brasileira e latino-americana não sabe conviver com a democracia. Ela prega contra a liberdade de imprensa, contra os mecanismos civilizados de organização política. A ordem é vista como estrutura a favor das "elites". Usam a democracia enquanto lhes convém.
O governo petista parece querer a estatização da vida - a ideologia governamental na TV estatal, a "igualdade racial" imposta por um sistema arbitrário de cotas, a escola integral, modificações nos currículos escolares para introdução de matérias que "explicam" como as elites dividiram o Brasil em pobres e ricos, negros e brancos.
Os regimes autoritários e totalitários começam com um líder muito forte e uma idéia vendida como sendo muito boa. Com uma solução de problemas que afetam a maioria carente, um parlamento sem credibilidade e uma deseducação ancestral, tem-se a fórmula perfeita para a instalação de governos ditatoriais, de salvadores-da-pátria.
Não quero assustar ninguém, mas me assusto com a possibilidade de estatização da vida. Em minha humilde concepção, o esquerdismo tupiniquim não sabe fazer outra coisa senão dividir, afastar, diminuir, romper, reinventar a roda. É uma lógica do atraso, do ideologismo que sabe muito bem ser pragmático quando pretende se impor.
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