Uma curiosidade: que livros eram aqueles que apareciam atrás do presidente americano George Walker Bush em seu pronunciamento sobre a crise financeira hoje de manhã, dia 30 de setembro, depois que o pacote de US$700 bilhões foi rejeitado pela Câmara dos Representantes? Aqueles livros foram lidos alguma vez na vida? Ou melhor, que tipo de livro Bush anda lendo, se é que o faz?
Bush me parece um cara legal, desses com quem a gente gostaria de sentar para conversar, tomar um café ou sair para pescar. Ele parece bonachão, feliz da vida, simples e sem neuras. Aliás, ele parece muito com o presidente Lula: são dois homens simples e formalmente despreparados que alcançaram o cargo político mais importante de seu País, e que se viram entremeados em muitas confusões.
Bush na verdade foi envolvido em duas declarações de guerra; Lula foi cercado - ou se fez cercar, não sei - por um bando de criminosos, ladrões do dinheiro público, mas passa a impressão de que essas coisas em nada lhe respingam, em nada o atingem. A diferença entre Bush e Lula é que este demonstra ter mais intuição e mais autonomia frente aos seus assessores e correligionários. Bush, por sua vez, transmite a imagem de um títere premido por hostes petrolíferas, financeiras e religiosas da mais extrema força, como um mero representante de um clã e de uma classe.
Antes, muito antes de Bush e Lula, houve Salomão, com quem certamente eu gostaria de sentar para tomar um café e conversar longamente. Sábio, escritor, inclinado às grandes construções, à ciência e ao bom vinho, Salomão teria muito a dizer, seria muito agradável sua conversa, como a que teve com a rainha de Sabá. Seu reino foi próspero e pacífico, e não precisou matar muita gente porque seu pai, Davi, já fizera todas as guerras possíveis. Assim, Salomão construiu o magnífico Templo em Jerusalém, bem como outras obras, e se tornou famoso por sua sabedoria e riquezas. No entanto, ele errou muitas vezes.
Salomão oprimiu seu povo com pesados tributos, fez alianças políticas por meio de casamentos estranhos, tendeu para a idolatria por causa de mulheres, buscou o prazer em coisas passageiras, como ele mesmo reconheceria no fim de sua vida. Quem mais sofreu foi o povo, pobre povo oprimido por um rei considerado sábio, o mais sábio de todos...
Que Salomão foi estadista não pode haver dúvida. Mas também não pode haver dúvida de que seu procedimento quanto aos seus próprios súditos foi deplorável. Os melhores governantes cuidam primeiro de seu povo, das questões domésticas, para depois buscarem metas secundárias. O mais importante é a qualidade de vida das pessoas, não o destaque da nação como potência mundial, como país economicamente desenvolvido. O mais importante é como as pessoas vivem, e nisso Salomão pecou.
Ah!, que busco eu com minhas comparações tão simplórias? Vou almoçar.
2 comentários:
Não sei se são simplórias... mas são interessantes. Muito interessantes!
Amado professor Alex,
A paz do Senhor.
Depois farei alguns comentários sobre os seus artigos. Minha visita agora é só para dizer que o seu blogue é nota 10! Atraente, com um ótimo conteúdo e português escorreito.
Um grande abraço!
Ciro Sanches Zibordi
Postar um comentário