Na década dos sessenta, quando era universitária em Salvador-BA, minha mãe foi evangelizada por um colega de pensão durante 12 dias. Sem cerimônia e sem pedir permissão, o rapaz simplesmente pediu que minha mãe se sentasse à mesa e começou a falar de Jesus, tendo consigo a Bíblia e um outro livro que minha mãe não identificou. O que mais chamou a atenção dela foi o início da conversa: "Você pensa que é boa? Não, você não é".
Minha mãe ficou sem entender o motivo daquela frase. O camarada nem a conhecia direito e já foi dizendo que ela não era gente boa. Parecia um insulto, no mínimo falta de educação. Mas, inexplicavelmente, ela participou de todos os diálogos propostos por aquele jovem, até que, a seu convite, aceitou a Cristo como SENHOR e Salvador num culto na Igreja Presbiteriana dirigida à época pelo Pr. Edésio Chéquer.
Hoje e há décadas minha mãe entende perfeitamente o que significa dizer que não somos bons.
O próprio Jesus, ao ser interpelado por um jovem rico que se achava cumpridor de seus deveres e que não queria se desprender de suas riquezas, não quis ser chamado de bom. Naquele momento, Jesus disse que bom há só um, que é Deus. É certo que Jesus é bom, pois Ele é Deus, mas o Mestre estava ensinando ao rapaz sobre o fato de não se considerar bom em si mesmo, algo que o moço realmente precisava aprender.
De minha parte, não sou bom, e não sou mesmo. Sou um pecador. Tenho defeitos graves e limitações, sendo confrontado com o meu pecado todos os dias. Sou consciente de minha pequenez - quero dizer, acho que sou...
Bondade é atributo moral de Deus, compartilhado com Seus filhos. A verdaderia bondade está relacionada com a benignidade, que é pureza de motivos. Nenhum de nós é bom, todos somos falhos, terríveis.
De vez em quando é necessário dizer isso para si e para os outros, para que não venhamos cair no cinismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário