terça-feira, 6 de maio de 2008

A respeito dos insistentes pedidos do tipo "dê um glória"

No meio pentecostal, em que vivo, há o costume de dizer durante o culto, em voz mais ou menos alta, coisas como "aleluia" e "glória a Deus", apenas para citar as mais comuns. São expressões bíblicas de louvor, não há dúvida disso. Entretanto, não devem ser tomadas como indicativo de espiritualidade nem como forma de alcançar alguma bênção.
Com efeito, já cansei de ouvir o pregador ou quem quer que seja dizer que o crente tem que dar um glória; que o crente tem que abrir a boca; que "é só dar glória aqui para descer glória do céu"...
Essas incitações, embora pareçam espirituais e bem-intencionadas, criam um ambiente artificial: muitos acabam acreditando que precisam dizer "aleluia" e "glória a Deus", mas sem entender por que estão dizendo isso. O costume passa a ser mecânico. Enquanto há os que dizem palavras de louvor com sinceridade, gratidão, motivação adequada, há aqueles que nem sabem o que estão dizendo.
O importante não é somente o que se diz, mas por que se diz. Aleluia significa "louvai ao SENHOR", e tem presença nos Salmos como um convite à adoração.
Por falar nos Salmos, basta uma leitura en passant para verificar que não faltam exortações e convites ao louvor da glória de Deus. Afinal, é um livro de louvores.
Dar glória a Deus é na verdade reconhecer verbalmente a glória que Lhe pertence como Criador, SENHOR e Sustentador de todas as coisas. Não se trata de simplesmente verbalizar para dizer que não está frio, que está "sentindo a presença de Deus". Deve haver uma consciência do conteúdo desse louvor.
Às vezes acho que sou crítico demais. Observos os detalhes que a maioria nem considera. Mas não posso ser diferente, é necessário distinguirmos as atitudes pela sua motivação, e não pelo ato em si. Do contrário, cairemos no formalismo. Sim, há muitas maneiras de ser pentecostal e ao mesmo tempo formalista. Isso não é exclusividade das igrejas de liturgia solene - uma coisa é solenidade e organização; outra, bem diferente, é a desorganização como forma.
Ih, já estou entrando em outro assunto...

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Um dos terríveis problemas da Igreja evangélica brasileira é a falta de conhecimento da Bíblia como um sistema coerente de princípios, promessas e relatos que apontam para Cristo como Criador, Sustentador e Salvador. Em vez disso, prega-se um "jesus" diminuído, porque criado à imagem de seus idealizadores, e que faz uso de textos bíblicos isolados, como se fossem amuletos, peças mágicas a serem usadas ao bel-talante do indivíduo.

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Em um só Deus e na Trindade.
Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão.
Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
No batismo bíblico em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo.
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade.
Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.