segunda-feira, 5 de maio de 2008

Viver pela metade

Todos nós temos um potencial que precisa ser explorado. Não estou trilhando o caminho da auto-ajuda. Apenas gostaria de refletir sobre a necessidade de usarmos nossos talentos, naturais ou espirituais, a fim de vivermos plenamente.
Há o perigo de vivermos pela metade. Isso ocorre quando não aproveitamos oportunidades, quando desperdiçamos nosso tempo e energia com assuntos e afazeres inadequados. Nossos talentos, inteligência e dons espirituais servem como indicativo de nossa vocação. Ao mesmo tempo, constituem os instrumentos necessários para o exercício dessa mesma vocação.
A partir de textos bíblicos, podemos rascunhas algumas idéias oportunas:
  • Não usar o talento é pecado. A chamada "parábola dos talentos" (Lc 25.14-30)* sugere que as aptidões são conferidas de acordo com a capacidade. Vemos ali que o homem que recebeu dois talentos os multiplicou duas vezes; que o que recebeu cinco os multiplicou para dez; e que o que recebeu um talento o enterrou. No entanto, essa era a sua capacidade. Se ele houvesse multiplicado o talento, poderia avançar muito. Certamente por se achar inferiorizado, acabou não produzindo nada. Na parábola, o servo que desperdiçou o talento foi lançado em trevas, onde há "choro e ranger de dentes". Em contrapartida, quem multiplicou os talentos obteve ainda mais, como recompensa.
  • Cada dia é importante. Quem deseja aproveitar a vida precisa aproveitar os dias, pois a vida é feita de uma sucessão de dias. A vida não é uma coisa distante, que acontecerá instantaneamente. Ela está fluindo agora mesmo, no cotidiano. Por isso, precisamos "contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio" (Sl 90.12). Quem escreveu isso foi Moisés, que viveu nada menos que 120 anos.
  • Dominar o tempo para não ser dominado por ele. É necessário remir o tempo, "porque os dias são maus" (Ef 5.16). A idéia é "comprar o tempo" mesmo, dominá-lo. Em meio a dias moralmente conturbados, precisamos dominar o tempo. Quem não adquire domínio sobre o tempo segue inevitavelmente a filosofia do Zeca Pagodinho, sob o lema "deixa a vida me levar". Além disso, alguém disse que "quem não faz sua agenda deixa que outros façam por ele". Aqui estão implicados os aspectos moral e laboral.
  • Trabalhar é dom de Deus. Tanto o Livro de Provérbios (10.4,5 etc.) como o de Eclesiastes (11.1-6 etc.), cada um a seu modo, enaltecem o trabalho e repudiam a preguiça. Adão e Eva foram postos no jardim para o cultivar e guardar (Gn 2.15). Quem não trabalha não deve comer, anda desordenadamente e se torna pesada aos outros - foi Paulo quem escreveu isso (II Ts 3.6-15). Mas, acima de tudo, o trabalho é atributo moral de Deus (Gn 1-2.1-3; Jo 5.17), transferido a nós, Seus filhos.
Quero refletir sobre isso ainda em outra ocasião.
*Talento era uma moeda.

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Para pensar:

Um dos terríveis problemas da Igreja evangélica brasileira é a falta de conhecimento da Bíblia como um sistema coerente de princípios, promessas e relatos que apontam para Cristo como Criador, Sustentador e Salvador. Em vez disso, prega-se um "jesus" diminuído, porque criado à imagem de seus idealizadores, e que faz uso de textos bíblicos isolados, como se fossem amuletos, peças mágicas a serem usadas ao bel-talante do indivíduo.

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Bases de Fé

Creio:
Em um só Deus e na Trindade.
Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão.
Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
No batismo bíblico em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo.
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade.
Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.