sexta-feira, 30 de maio de 2008

O gnosticismo presente em nossas igrejas!

Estou extremamente preocupado e chateado com o rumo da igreja evangélica brasileira, que se perde em meio a pregações de auto-ajuda, que por sua vez advém de filosofias e religiões orientais, sejam as grandes religiões, como o Hinduísmo e o Budismo, sejam as menores, mas não menos populares, como Seicho-No-Ie, sejam, ainda, as muitas e variadas facetas filosóficas ou religiosas do movimento Nova Era.
Noto, porém, que a base de boa parte de nossos problemas teológicos, pastorais e doutrinários pode consistir na volta, firme e aterradora, do Gnosticismo, agora presente, pouco a pouco, em igrejas históricas, pentecostais históricas e neopentecostais.
Os apóstolos Paulo e João combateram duramente o Gnosticismo, por conta de sua exaltação ao conhecimento oculto, sua negativa da Encarnação de Cristo, de Sua Morte e Ressurreição, seu dualismo entre alma e corpo, espírito e matéria, ignorância e conhecimento, mundo material e currupto versus mundo espiritual e perfeito.
Os gnósticos pregavam que o mal é a ignorância, porque esta afastaria o Homem de conhecer as dádivas colocadas à sua disposição pelas leis metafísicas do Universo. Da mesma forma, Mike Murdock, com sua obra A Lei do Reconhecimento, vem dizer, entre outras heresias, que a ignorância é a causa da pobreza, doença e fracasso. Infelizmente, esse homem, com seu livro repleto de ensinos materialistas e influenciado pela Confissão Positiva, vem sendo considerado "o mais sábio dos Estados Unidos". Devo me sentir, então, um tolo, por achar que o livro dele é ruim, e que não passa de um imitador do Gnosticismo, que usa versículos bíblicos e linguagem evangélica para vender seu produto, seu evangelho da riqueza?
Esse evangelho da saúde e da riqueza, pregado por tantos norte-americanos (Kenneth Hagin, Morris Cerullo, T.L. Osborn, Kenneth Copeland, Frederick Price e muitos outros) é um grave câncer na Igreja, que se alastra por muitas nações. Quem dá testemunho balizado disso é Hank Hannegraaf, em seu excelente livro Cristianismo em Crise (CPAD), em pesquisa séria e sólida. O Movimento da Fé, aqui representado exponencialmente por R.R.Soares e Edir Macedo, mas também por tantos outros líderes de maior ou menor monta, é um perigoso entrave ao assentimento da mensagem da Cruz no coração do pecador.
Estou farto de ouvir pregações vazias, superficiais, materialistas, triunfalistas, de gente que, sabendo ou não da fonte de suas palavras errôneas, contraria totalmente o ensino bíblico, o qual é fundamentado em Cristo, nosso Salvador e Senhor, que veio dar exemplo de virtude, amor, compaixão, ética, e consumar o plano de restauração do Ser Humano à Imago Dei.
Toda essa pregação de "Você vai obter vitória", "Você é um vencedor", "Basta tomar posse da bênção", "Use a palavra para trazer à existência as coisas que não existem", "Use a fé que Deus usou para criar o mundo", toda essa parafernália é oriunda das leis de visualização e reprogramação mental que vêm das filosofias e religiões orientais, carregadas também de aspectos inerentes ao Gnosticismo, heresia grega que exalta o conhecimento para a libertação do Homem, para seu bem-estar físico, emocional, material e social.
A Lei do Reconhecimento, desse tal "sábio" que mencionei, anda no mesmo sentido da lei da atração, ensinada por palestrantes motivacionais, que enchem livros e páginas da Internet com promessas de riqueza, saúde e sucesso, nos mesmos moldes da Teologia da Prosperidade e com os mesmos métodos da Confissão Positiva.
Por e-mail, em contato com o responsável pelo "site" oficial do livro A Lei da Atração, eu soube que essa obra teria sido psicografada por espíritos de 3000 a.C.. No "site", descobri que esses espíritos teriam indicado que o segredo oculto durante séculos e séculos, mas conhecido por pessoas de sucesso ao longo da História, consiste em usar as vibrações do Universo em benefício próprio, pensando ou falando positivamente para trair coisas boas.
Há ainda a noção oriental de que "dinheiro atrai dinheiro", que Mike Murdock usa a seu modo para dizer que contribuição financeira na igreja atrai o favor de Deus - numa interpretação equivocada de II Co 9.6 (semear e colher), Murdock ensina que devemos plantar dinheiro para colher mais dinheiro, como se fosse uma lei de semeadura financeria, que ele chama de "lei da semente".
Ali em II Co 9.1-15, Paulo está andando em sentido oposto ao egoísmo, pois trata de generosidade para com os pobres, ensinando que a doação de ajuda aos necessitados redundará em mais frutos de justiça, boas obras, gratidão e glórias a Deus. Isso nada tem que ver com ambição monetarista nem com investimento financeiro!
Meu Deus, estou cansado. Como não sou pastor, e fico sentado em minha cadeira, tenho que ouvir essas coisas ao púlpito, ou outras semelhantes, que, de uma forma ou de outra, negam o Senhorio de Cristo e a centralidade da Cruz, ante o retorno do Gnosticismo tão combatido pelos santos apóstolos.
Eu só quero pastos verdejantes e águas de refrigério (Sl 23)!

3 comentários:

Ruth Rossini disse...

COMO É BOM LER TAIS COISAS..BIBLICAS ..REAIS..VERDADEIRAS !!GRAÇAS DOU AO SENHOR PELA VIDA DE HOMENS QUE NÃO SE CALAM..DIANTE DE TANTA HERESIA...TANTA MENTIRA!!
TANTOS FALSIFICADORES DO EVANGELHO COMO NOSSO IRMÃO PAULO CHAMOU ESTES "TAIS"...CONTINUE MEU IRMÃO...

GRAÇAS A DEUS POR SUA VIDA!!

ESTE SEU BLOG ESTA MEUS FAVORITOS!!!!

RUTH

Edson Collo disse...

Como muitos, você está equivocado em relação ao Gnosticismo. Paulo e João eram mais Gnósticos do que católicos romanos... até porque, a Igreja de Roma surgiu bem depois deles.

O Evangelho de João tem muitas evidências do Real Gnosticismo.

Edson Collo disse...

Infelizmente, como muitos você está equivocado em relação ao Real Gnosticismo. Paulo e João eram Gnósticos, sendo que este último tem em seu evangelho muitas evidências disso.

Queira me desculpar, você tem boa intenção, mas se equivoca.



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Para pensar:

Um dos terríveis problemas da Igreja evangélica brasileira é a falta de conhecimento da Bíblia como um sistema coerente de princípios, promessas e relatos que apontam para Cristo como Criador, Sustentador e Salvador. Em vez disso, prega-se um "jesus" diminuído, porque criado à imagem de seus idealizadores, e que faz uso de textos bíblicos isolados, como se fossem amuletos, peças mágicas a serem usadas ao bel-talante do indivíduo.

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Bases de Fé

Creio:
Em um só Deus e na Trindade.
Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão.
Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
No batismo bíblico em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo.
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade.
Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.