Estou extremamente preocupado e chateado com o rumo da igreja evangélica brasileira, que se perde em meio a pregações de auto-ajuda, que por sua vez advém de filosofias e religiões orientais, sejam as grandes religiões, como o Hinduísmo e o Budismo, sejam as menores, mas não menos populares, como Seicho-No-Ie, sejam, ainda, as muitas e variadas facetas filosóficas ou religiosas do movimento Nova Era.
Noto, porém, que a base de boa parte de nossos problemas teológicos, pastorais e doutrinários pode consistir na volta, firme e aterradora, do Gnosticismo, agora presente, pouco a pouco, em igrejas históricas, pentecostais históricas e neopentecostais.
Os apóstolos Paulo e João combateram duramente o Gnosticismo, por conta de sua exaltação ao conhecimento oculto, sua negativa da Encarnação de Cristo, de Sua Morte e Ressurreição, seu dualismo entre alma e corpo, espírito e matéria, ignorância e conhecimento, mundo material e currupto versus mundo espiritual e perfeito.
Os gnósticos pregavam que o mal é a ignorância, porque esta afastaria o Homem de conhecer as dádivas colocadas à sua disposição pelas leis metafísicas do Universo. Da mesma forma, Mike Murdock, com sua obra A Lei do Reconhecimento, vem dizer, entre outras heresias, que a ignorância é a causa da pobreza, doença e fracasso. Infelizmente, esse homem, com seu livro repleto de ensinos materialistas e influenciado pela Confissão Positiva, vem sendo considerado "o mais sábio dos Estados Unidos". Devo me sentir, então, um tolo, por achar que o livro dele é ruim, e que não passa de um imitador do Gnosticismo, que usa versículos bíblicos e linguagem evangélica para vender seu produto, seu evangelho da riqueza?
Esse evangelho da saúde e da riqueza, pregado por tantos norte-americanos (Kenneth Hagin, Morris Cerullo, T.L. Osborn, Kenneth Copeland, Frederick Price e muitos outros) é um grave câncer na Igreja, que se alastra por muitas nações. Quem dá testemunho balizado disso é Hank Hannegraaf, em seu excelente livro Cristianismo em Crise (CPAD), em pesquisa séria e sólida. O Movimento da Fé, aqui representado exponencialmente por R.R.Soares e Edir Macedo, mas também por tantos outros líderes de maior ou menor monta, é um perigoso entrave ao assentimento da mensagem da Cruz no coração do pecador.
Estou farto de ouvir pregações vazias, superficiais, materialistas, triunfalistas, de gente que, sabendo ou não da fonte de suas palavras errôneas, contraria totalmente o ensino bíblico, o qual é fundamentado em Cristo, nosso Salvador e Senhor, que veio dar exemplo de virtude, amor, compaixão, ética, e consumar o plano de restauração do Ser Humano à Imago Dei.
Toda essa pregação de "Você vai obter vitória", "Você é um vencedor", "Basta tomar posse da bênção", "Use a palavra para trazer à existência as coisas que não existem", "Use a fé que Deus usou para criar o mundo", toda essa parafernália é oriunda das leis de visualização e reprogramação mental que vêm das filosofias e religiões orientais, carregadas também de aspectos inerentes ao Gnosticismo, heresia grega que exalta o conhecimento para a libertação do Homem, para seu bem-estar físico, emocional, material e social.
A Lei do Reconhecimento, desse tal "sábio" que mencionei, anda no mesmo sentido da lei da atração, ensinada por palestrantes motivacionais, que enchem livros e páginas da Internet com promessas de riqueza, saúde e sucesso, nos mesmos moldes da Teologia da Prosperidade e com os mesmos métodos da Confissão Positiva.
Por e-mail, em contato com o responsável pelo "site" oficial do livro A Lei da Atração, eu soube que essa obra teria sido psicografada por espíritos de 3000 a.C.. No "site", descobri que esses espíritos teriam indicado que o segredo oculto durante séculos e séculos, mas conhecido por pessoas de sucesso ao longo da História, consiste em usar as vibrações do Universo em benefício próprio, pensando ou falando positivamente para trair coisas boas.
Há ainda a noção oriental de que "dinheiro atrai dinheiro", que Mike Murdock usa a seu modo para dizer que contribuição financeira na igreja atrai o favor de Deus - numa interpretação equivocada de II Co 9.6 (semear e colher), Murdock ensina que devemos plantar dinheiro para colher mais dinheiro, como se fosse uma lei de semeadura financeria, que ele chama de "lei da semente".
Ali em II Co 9.1-15, Paulo está andando em sentido oposto ao egoísmo, pois trata de generosidade para com os pobres, ensinando que a doação de ajuda aos necessitados redundará em mais frutos de justiça, boas obras, gratidão e glórias a Deus. Isso nada tem que ver com ambição monetarista nem com investimento financeiro!
Meu Deus, estou cansado. Como não sou pastor, e fico sentado em minha cadeira, tenho que ouvir essas coisas ao púlpito, ou outras semelhantes, que, de uma forma ou de outra, negam o Senhorio de Cristo e a centralidade da Cruz, ante o retorno do Gnosticismo tão combatido pelos santos apóstolos.
Eu só quero pastos verdejantes e águas de refrigério (Sl 23)!
3 comentários:
COMO É BOM LER TAIS COISAS..BIBLICAS ..REAIS..VERDADEIRAS !!GRAÇAS DOU AO SENHOR PELA VIDA DE HOMENS QUE NÃO SE CALAM..DIANTE DE TANTA HERESIA...TANTA MENTIRA!!
TANTOS FALSIFICADORES DO EVANGELHO COMO NOSSO IRMÃO PAULO CHAMOU ESTES "TAIS"...CONTINUE MEU IRMÃO...
GRAÇAS A DEUS POR SUA VIDA!!
ESTE SEU BLOG ESTA MEUS FAVORITOS!!!!
RUTH
Como muitos, você está equivocado em relação ao Gnosticismo. Paulo e João eram mais Gnósticos do que católicos romanos... até porque, a Igreja de Roma surgiu bem depois deles.
O Evangelho de João tem muitas evidências do Real Gnosticismo.
Infelizmente, como muitos você está equivocado em relação ao Real Gnosticismo. Paulo e João eram Gnósticos, sendo que este último tem em seu evangelho muitas evidências disso.
Queira me desculpar, você tem boa intenção, mas se equivoca.
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