Pessoas que preferem o regime de Cuba e do antigo Comunismo Soviético à Democracia, em nome de uma suposta socialização, usam o argumento de que não há democracia sem justiça social. Com essa frase, eles querem dizer que não adianta uma liberdade formal na Constituição sem o gozo de recursos materiais igualitários, e por isso os regimes socialistas teriam direito de calar a oposição, fechar o parlamento, impedir o voto, coibir a imprensa e intrometer-se em igrejas e empresas.
Esse argumento é falacioso e perigoso.
O argumento é falacioso porque é da própria natureza da Democracia o processo de construção da liberdade e da igualdade, com oportunidade para todos, abrindo-se o canal para o diálogo, para ouvir as minorias. A liberdade e a igualdade são os fundamentos, mas seu aperfeiçoamento decorre do desenvolvimento social, com educação e, principalmente, formação de princípios éticos e altruístas, o que, se parece quimera, pelo menos respeita a dignidade humana.
O argumento é perigoso porque pavimenta o caminho das ditaduras, que nunca forneceram a igualdade propagandeada, senão a repartição isonômica da pobreza para a população alheia à bucocracia e ao poder.
De minha parte, eu não renuncio à liberdade, pois não renuncio à minha dignidade de Humano. Se sou pobre ou rico, instruído ou analfabeto, assistido pelo poder público ou privado, ou, ainda, "desassistido de tudo", eu ainda prefiro a minha liberdade. Eu sou livre porque Deus me fez livre. Não posso negar a imago Dei.
Agora, sei que o regime político-econômico precisa se inspirar na dignidade humana para fomentar a igualdade social, e não apenas a chamada "igualdade perante a lei". Só que isso não se faz com mordaças nem chicotes - a igualdade de oportunidades é construída com programas econômicos assentados em bases racionais, e conduzidos por políticos sérios, munidos de espírito público, competência e visão do futuro.
Jamais posso concordar com os regimes socialistas autoritários. Quanto ao Capitalismo, se associado a programas sociais, à imposição de deveres legais a empresas e à humanização das regras funcionais e trabalhistas, é possível viver com certa tranqüilidade. Aliás, o problema não são os regimes políticos, mas os homens que fazem parte deles.
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