Na Universidade, tinha um amigo que dizia: "Sei que eu não sou a última grande aquisição para o Reino de Deus". Ele dizia isso quando conversávamos sobre a situação da Igreja, dos crentes. Estou me referindo talvez ao ano de 1998, ou um pouco depois disso. Meu amigo, um talentoso batista morador do Espírito Santo, chama-se Emel Rapchan. Gostaria de vê-lo novamente. É uma pessoa ímpar!
Nestes dias, a frase do Emel voltou à minha lembrança, quando questiono o meu papel no Reino de Deus e minhas motivações. Penso a respeito de meus talentos, da minha vocação, das "neuras", das idas e vindas, das dificuldades que vejo na estrutura eclesiástica, na diferença entre a doutrina que aprendi e aquilo que se faz supostamente em nome dela. Penso também na minha vontade de fazer uma teologia bíblica, isenta de "denominacionalismos". Penso em pregar, ensinar, em ser aquilo que Deus planejou. Mas sempre esbarro em alguma coisa.
Quando me vejo nesse sério conflito, pergunto: por que motivo eu considero a minha pessoa tão importante? Por que eu sempre me debato com a idéia de que um dia eles irão me ouvir, me ver, me respeitar? Por que eu devo esperar o reconhecimento do meu povo? Será que eu não preciso é ficar "na minha", calado, refletindo mais, orando mais, sem achar que uma coisa grandiosa ainda vai acontecer na minha vida?
Aconteça o que acontecer, trabalhando como formiguinha ou sendo visto por muitos, devo estar ciente de que não sou uma aquisição que Deus fez para que Seu plano desse certo. Não sou "o cara". Não sou a pessoa que Deus levantou para resolver os problemas da Igreja no Brasil. Essa pessoa não existe.
Fui de fato comprado por bom preço. Jesus derramou Seu sangue por mim. Sou precioso aos olhos de Cristo porque tenho uma alma. Mas Ele me escolheu por Sua graça, não para fazer isto ou aquilo, mas para desfrutar de Seu amor. Admitir isso é melhor.
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