O que aconteceu no Morro da Providência? Que terrível providência foi aquela que tomaram quanto a três jovens? O que se passava na cabeça daqueles que entregaram três rapazes a traficantes de um bando rival? O que foi aquilo, em que mundo nós estamos, o que mais perguntar, o que pensar?
Quem deveria construir e proteger acabou lançando jovens à morte. Dessa vez a brutalidade superou a si mesma. Nosso País consegue atingir, todos os dias, níveis diferentes de maldade.
Que os jovens morrem nós já sabemos. Que os jovens são ceifados pelas drogas nós já sabemos. Que os jovens são interrompidos nós já sabemos. Isso dói. Mas o Brasil obteve nesses dias um luto diferente, o luto por três jovens que foram mortos de maneira absurdamente inusitada. Um novo conceito de crime se estabeleceu: imitadores de militares entregando jovens a criminosos dos morros.
A juventude não combina com nada disso que aí está. A juventude tem sido relacionada a desvio, inconseqüência, infrações, mas a juventude é bela, forte, viçosa. A juventude tem sido viciada, cansada, desgastada. A juventude combina, isto sim, com sonhos, não com pesadelos.
É triste ver o Brasil assim tão morto. Quando criança, ouvia dizer que o Brasil era um País jovem. Mas esse País cresceu e retrocedeu. Não soubemos cuidar dos jovens. E um País que não cuida dos jovens não pode esperar dias melhores, porque o natural é que os pais sejam enterrados pelos filhos, e não o contrário.
Um País em que os pais enterram os filhos com freqüência precisa sentar e repensar para onde está indo. Já.
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