A Bíblia tem lindas metáforas: uma delas é a da fonte. Diz o belo texto de Gn 49.22:
"José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus galhos se estendem sobre o muro".
Estamos diante da bênção profética de Jacó sobre seus filhos, dos quais descenderiam as Doze Tribos de Israel. José é o filho predileto, o filho de Raquel, aquele que por um tempo fora roubado a seu pai, dado como morto, vendido como escravo, acusado injustamente, aprisionado e depois elevado a governador do Egito.
A metáfora da árvore junto às águas encontra-se também no Salmo 1.3 e Jr 17.17,18. O homem próspero aos olhos de Deus é como a árvore frutífera que "estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor", suas folhas não murcham, e nunca deixa de dar fruto, mesmo na estação seca. Para o salmista, essa prosperidade resulta da meditação diária na Palavra de Deus. Para o profeta, tudo está em confiar no SENHOR, esperar somente n'Ele.
José era um homem verdadeiramente próspero. Sua história nos diz que "o SENHOR era com ele". Mas José não era rico. Ele era próspero antes de ser honrado pelo rei do Egito. Sua prosperidade vinha de estar junto à fonte.
Penso na imagem da fonte das águas e isso me deixa com uma ponta de esperança nesses tempos de sequidão. Jesus disse que aquele que recebe da água que Ele tem para dar tem dentro de si uma fonte a jorrar para a vida eterna (Jo 4.14); e que quem n'Ele crer, como diz a Escritura, "rios de água viva" fluirão do seu interior (Jo 7.38). É João quem explica a metáfora: Jesus estava se referindo ao Espírito Santo, que não havia sido dado por Jesus Cristo não ter sido glorificado (Jo 7.39).
Certa vez, em Alagoinhas/BA, há muitos anos, ouvi um pregador dizer que, embora reconhecesse que a glorificação de Jesus fosse a Sua assunção ao Céu, entendia que era necessário dar glórias a Deus para receber o Espírito Santo, o batismo com fogo. Seu erro é duplo: confundir glorificação de Jesus com glorificação a Jesus, e achar que o recebimento do Espírito Santo conforme Jo 7.38 seria recebimento em poder. Nesse caso, é recebimento para a Salvação!
Eu tenho dentro de mim essa fonte a jorrar para a vida eterna. Jesus me deu o Espírito Santo. Aleluia! Glória a Deus! Jamais falei em línguas estranhas, nem sei se um dia falarei. Acham que não fui ou não sou batizado com o Espírito Santo. Tudo bem. Sei que é revestimento de poder (At 1.8). Mas me recuso a admitir que Jo 7.38,39 se refira ao batismo com fogo. Estamos tratando da fonte aberta a todo o que crê. Nisso não há absolutamente nenhuma distinção: quem tem fé em Cristo como SENHOR e Salvador desfruta das bênçãos inefáveis de ser ramo frutífero junto à fonte, uns mais, outros menos.
Fiquemos junto à fonte. Desse mundo nada temos a aproveitar. Só Jesus nos permite o acesso às águas de refrigério.
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