O advogado Nélio Machado, que patrocina a causa do governador do DF, José Roberto Arruda, alegou na sessão de ontem, no STF, que seu constituinte estava preso numa "masmorra". Isso mesmo: uma masmorra.
Mas, onde está preso o governador? Numa sala de 10m², sem grades, com ar condicionado, beliche, mesa, cadeira e sofá, em que ele não tem a companhia de outros presos. A Procuradoria-Geral da República divulgou as fotos hoje, e eu as vi no portal G1.com.
Chega a ser um insulto aos presidiários do nosso País dizer que aquela sala é uma masmorra. É uma ofensa também para os sem-teto. Que presidiário não quereria estar detido numa masmorra daquelas? E que morador de rua não gostaria de viver ali?
As cadeias brasileiras são terríveis: homens amontoados em celas pequenas, agressão aos direitos humanos. À pena pelo crime associa-se outra pena, com certo aval da sociedade achando que eles merecem sofrer "o pão que o Diabo amassou" para pagar seus crimes. Só que, no Estado de Direito, a pena deveria ser clara, objetiva, e, acima de tudo, atenta à dignidade humana.
No caso do Sr. Arruda, a dignidade está sendo respeitada. Mas isso não deveria ocorrer somente por ser ele um governador. É óbvio dizer isso, mas é preciso: todo ser humano, independentemente de classe social, etnia, ideologia ou procedência deve ser tratado com respeito, porque foi criado à imagem de Deus.
Chamar aquela excelente sala de "masmorra" atenta contra a dignidade humana. Se o Dr. Nélio Machado viesse à minha casa, talvez achasse que moro num complexo de masmorras...
A matéria em que estão as fotos pode ser encontrada em:
http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1517767-5601,00-VEJA+FOTOS+DA+SALA+ONDE+ARRUDA+ESTA+PRESO+NA+PF.html
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