O CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) vetou a veiculação da propaganda da cerveja Devassa Bem Loura (Grupo Schincariol) em que a socialite Paria Hilton aparece de forma sensual. A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres considerou que a publicidade expõe a mulher como um produto.
Recordei de postagem recente, aqui neste blog, em que me referi à propaganda preconceituosa da globo.com, que trata a mulher como um dos muitos produtos domésticos que o consumidor pode ganhar numa promoção.
Muita gente não gostou do que fez o CONAR. A própria Paris Hilton diz que "isso é ridículo". Na Folha de São Paulo de hoje, o jornalista Fernando de Barros e Silva critica duramente a decisão. Nos Estados Unidos, indagaram se a sensualidade de Paris Hilton é muito agressiva para os padrões brasileiros. Há um sentimento generalizado (?) de que, se aqui há Carnaval com mulheres seminuas, pode tudo. Se há novelas com mulheres seminuas, pode tudo. Se o Brasil é o País do samba, suor e cerveja, pode tudo. Mas, pode mesmo?
Para que serve o CONAR? Lembremos que é um órgão de autorregulamentação publicitária, e, por isso, não é exatamente de censura que se trata. Se for, será um tipo de autocensura, mas não de censura feita pelo governo.
Para que serve a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres: não é para defender a imagem da mulher, sua dignidade, sua honra, sua privacidade, sua intimidade, sua autoestima? Ser vendida como produto não despreza o valor da mulher?
É certo que muitas outras decisões o CONAR deveria tomar para se manter coerente. Mas creio que tem que começar de algum lugar. Não se trata de falso moralismo, nem de querer impor a moral da Igreja à moralidade social. Não é isso. Sei que a ética bíblica só se cumpre em Cristo, com a ajuda do Espírito Santo. Mas a sociedade precisa se dar o mínimo de respeito. Isso serve para a loira Paris Hilton e para a morena Juliana Paes. Serve para todas as mulheres, e também para todos os homens.
Um comentário:
Que ninguém espere coerência dessa gente. Houve tempo em que as feministas opunham-se a serem tratadas como objeto. Hoje, nem a elas isso incomoda mais.
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