Dizem que "os alemães inventaram a teologia, os americanos estragaram e nós consumimos". Dos americanos vêm esses livros de autoajuda evangélica que enchem as prateleiras de livrarias e frequentam supermercados. Certa vez li uma crítica do Pr. Ricardo Gondim dizendo que já não aguentava mais ler aqueles exemplos de beisebol em livros evangélicos, totalmente descontextualizados para nós, o que entendo como a demonstração de que precisamos de teologia brasileira.
Por outro lado, não concordo com a noção de que uma teologia latinoamericana seria um outro tipo de teologia, pois a Palavra de Deus é uma só. Teologia latinoamericana deve ser entendida como teologia feita na América Latina, e não alguma espécie diferente, com doutrinas diferentes só porque produzida por gente do chamado Terceiro Mundo.
Vou direto ao ponto: refiro-me à Teologia da Libertação, que nem teologia ortodoxa é. Trata-se de teologia liberal, um fruto do Marxismo dentro da Igreja Romana e cativado por alguns evangélicos. Defender essa teoria teológico-marxista é como travestir o Evangelho de roupagem dialética e materialista, quando a Bíblia nos traz a mensagem do Reino de Deus, que não é deste mundo. Não quero dizer que devamos esquecer as questões políticas, econômicas e sociais, mas que introduzir conceitos humanos na leitura da Bíblia é um grave erro.
Deus criou o Ser Humano à sua imagem, mas os marxistas criaram um deus a partir de suas ideias preestabelecidas sobre a opressão econômica e social. Dizer que a origem de todos os males é a injustiça social consiste em um atentado às Escrituras e um reducionismo absurdo.
Concordo com a necessidade de produção de uma teologia brasileira, não porque precisemos reinventar a roda, mas, sim, porque as nossas perguntas podem ser distintas daquelas para as quais os europeus e americanos acharam respostas.
Se temos um Edir Macedo com sua abominável Teologia da Prosperidade, nem por isso precisamos ressuscitar a arcaica Teologia da Libertação. Ambos os extremos são perigosos.
3 comentários:
Há bons teólogos nos EUA - tanto antigos, como Berkhoff, Jonathan Edwards e Strong, como modernos (John McArthur). Há, claro, péssima teologia proveniente de lá, tal como Rebecca Brown e seu misticismo de "maldições" - para citar um exemplo que me ocorreu agora. É o caso de usar de discernimento. Quanto à teologia da libertação, coitada... morreu de velha. Quase não se ouve mais falar dela. A própria igreja romana chegou à conclusão que ela lhe era nefasta, e preferiu investir nas palhaçadas do Pe Marcelo Rossi e na "renovação carismática" para tentar manter algum prestígio e poder do pouco que lhe resta. É de dar pena. A cada ano míngua a frequência às missas e a porcentagem de pessoas que se dizem católicos. E, cá para nós, muitos dos que ainda se dizem, raramente frequentam as igrejas deles. Estão colhendo os amargos frutos do envolvimento marxista, que só a enfraqueceu.
João,
Aqui no Brasil há um grupo simpatizante da Teologia da Libertação. Vi isso no Congresso "Transformando a Missão", de que falei em duas postagens. São pastores de igrejas históricas pouco influentes na comunidade evangélica, mas que saem dos seminários "cheios de ideias"...
Mas é isso mesmo - "igrejas históricas pouco influentes". Quem ainda liga para aquela baboseira é exatamente (e, cá para nós, graças a Deus) assim - pouquíssima influência, beirando a total irrelevância. E que assim permaneça! O fato é que, nos nossos dias, a teologia da prosperidade é um mal muito maior e com consequências muito piores do que a moribunda teologia da libertação.
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