O presidente Lula, candidato a estadista mundial, tem feito algumas coisas que demonstram com eficácia a sua terrível linha diplomática: apoia o enriquecimento de urânio pelo Irã, cujo presidente, Mahmoud Ahmadinejad, já disse claramente querer riscar Israel do mapa; em sete anos de governo, fez quatro visitas oficiais a Cuba e comparou os dissidentes cubanos em greve de fome aos presos de São Paulo; aceitou que Evo Morales, da Bolívia, fizesse pirotecnia com os investimentos brasileiros da Petrobras, sem dar nenhuma resposta em favor dos brasileiros; tomou partido de Manuel Zelaya enquanto a Corte Suprema de Honduras determinara a destituição daquele presidente por violação constitucional; afaga Hugo Chávez sempre que pode, sendo este um projeto de ditador latinoamericano.
Agora, em sua pretensiosa visita a Israel e à Palestina, quebrou o protocolo de maneira grave: deixou de visitar o túmulo de Theodor Herzl, fundador do movimento sionista, que criou o Estado de Israel - mas vai visitar o túmulo de Yasser Arafat, que foi terrorista. Será que foi por acaso que o Chanceler israelense, Avigdor Liebman, não compareceu ao discurso de Lula no Parlamento de Israel?
Essa diplomacia de Lula causa estupor. Não posso deixar de comentar como acho estranhas as aparições do Sr. Marco Aurélio Garcia, que carrega o pomposo título de "assessor especial da presidência para assuntos internacionais". A cada declaração o Sr. Garcia consegue se superar. Dessa vez, quanto aos dissidentes cubanos, ele saiu-se com duas pérolas da desumanidade: "O governo brasileiro relaciona-se com governos, não com dissidentes" e, antes disso, "violações de direitos humanos ocorrem no mundo inteiro". Foi ele o mesmo que se viu um dia apertado com a divulgação de cenas em que fazia gesto obsceno quando o Jornal Nacional, da Globo, mostrava que o acidente com o avião da TAM em 2007 pode ter sido causado por falha mecânica, e não pelas péssimas condições da pista do aeroporto.
Voltando a Lula, hoje, em Israel, ele disse ter sido contaminado com o "vírus da paz" quando ainda estava no ventre de sua mãe. Ele deve ter tomado algum remédio contra esse vírus quando se recusou a interceder pelos dissidentes cubanos. Sim, senhores, paz e direitos humanos têm tudo a ver. O direito à paz é um dos chamados "direitos globais" ou direitos de terceira geração, ao lado do direito à qualidade de vida, ao meio ambiente saudável e ao desenvolvimento sustentável. Se Lula tem mesmo esse vírus da paz instalado em seu pensamento, deve estar muito bem tratado por seus assessores, a exemplo do Marco Aurélio Garcia, ou talvez sua virose seja seletiva.
Além disso tudo, não é pequena a pretensão do presidente brasileiro ao viajar a Israel e à Palestina para se colocar como artífice de um processo de paz que nem os Estados Unidos nem a ONU conseguem desatar.
Tudo bem, os esquerdistas mais fanáticos me dirão que tenho aquela baixa autoestima própria da cultura brasileira quando confrontada com a imensidão do mundo, mas eu lhes direi que não é baixa autoestima, mas pé bem firmado no chão. Aquele conflito, amigos, não é para nós resolvermos. Vamos tentar resolver nossas pendências aqui: a absurda concentração demográfica nos grandes centros urbanos, a desigualdade social, o apodrecido sistema político, o injusto endinheiramento dos bancos, a violência urbana, a violência rural, a pesadíssima carga tributária sem a contrapartida em serviços públicos de qualidade, a prostituição infantil e sexual, o trabalho escravo, a invasão de estrangeiros em nossa floresta amazônica com objetivos contrários ao interesse nacional, o tráfico de drogas etc.
Tudo bem, os esquerdistas mais fanáticos me dirão que tenho aquela baixa autoestima própria da cultura brasileira quando confrontada com a imensidão do mundo, mas eu lhes direi que não é baixa autoestima, mas pé bem firmado no chão. Aquele conflito, amigos, não é para nós resolvermos. Vamos tentar resolver nossas pendências aqui: a absurda concentração demográfica nos grandes centros urbanos, a desigualdade social, o apodrecido sistema político, o injusto endinheiramento dos bancos, a violência urbana, a violência rural, a pesadíssima carga tributária sem a contrapartida em serviços públicos de qualidade, a prostituição infantil e sexual, o trabalho escravo, a invasão de estrangeiros em nossa floresta amazônica com objetivos contrários ao interesse nacional, o tráfico de drogas etc.
Lula usa dois pesos e duas medidas. Aos irmãos Castro, uma aplicação canhestra do princípio da não-intervenção; a Israel, uma pose de diplomata mundial, que aparece para dar lições de paz aos briguentos do mundo.
Excelente pergunta foi feita a Lula por um repórter israelense: "Se o senhor fosse presidente em 1398, 1939, apoiaria Hitler, como apoia Ahmadinejad"? Sem saber o que dizer, o folclórico presidente saiu-se com essa: "Esse tipo de pergunta é tão radical quanto Ahmadinejad". Mas nada explicou, como sempre.
Um comentário:
O pior do governo Lula, na minha opinião, tem sido a política externa. Corrupção sabemos que há, mas infelizmente não me parece pior do que a que houve noutros governos (Sarney, Collor, etc.) Já a política externa, como você bem escreveu, é desastrosa. Além de apoiar terroristas, tem tido atitude entreguista, tal como nos episódios da renegociação dos valores pagos pela eletricidade de Itaipu, da invasão das instalações da Petrobrás na Bolívia e daquela infame construtora no Equador. Aliás, ele até que reagiu quando foi no caso do Correa (do Equador) para defender uma empresa privada... mas entregou dedos e aneis no episódio da Petrobrás na Bolívia. Oremos por ele. Bem ou mal, é quem está lá e a temos essa obrigação.
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