Eu não consigo participar ativamente de uma coisa em que não acredito. Vivo, portanto, um dilema entre o amor pela Causa de Cristo e a situação da Igreja evangélica brasileira, o que se reflete em comunidades tangíveis, com endereço definido.
Não consigo, por exemplo, aceitar que o culto seja algo tão desorganizado, tão sem propósito - Rick Warren não patenteou essa palavra ainda, certo? Não entendo como uma reunião cristã pode ser "esticada" por tantas horas sem direção do Espírito, apenas para agradar vaidades ou interesses menores que o da adoração a Deus, da comunhão fraternal e da audiência de Sua Santa Palavra.
Não compreendo como as atitudes num culto podem ser tão desajustadas. Admito que uma reunião cristã seja longa, desde que o tempo seja bem aproveitado, sob a orientação do Espírito de Deus, e não para satisfazer aqueles bilhetinhos que chegam ao dirigente "em cima da hora", nem para atender a caravanas que ali se reuniram a fim de cantar um hino num contexto de hinos em demasia.
Para quem, afinal, prestamos culto? É para Deus mesmo? Não é para nós, não? Às vezes parece que, como eu, Deus fica assistindo, quando Ele é Quem deve conduzir, enquanto eu deveria participar.
Como espectadores ficamos muitos, sentados em nossas cadeiras ou bancos, e vendo o desfile de bons cantores e músicos, para depois ouvirmos uma pregação que nem sempre é bíblica, e, não raro, contraria até mesmo a própria doutrina da denominação.
As coisas na igreja têm que fazer sentido. Viver como que tateando no escuro, ou "dando murros no ar", não é inteligente. E, perdoem-me a franqueza, nem sempre é inteligência o que vejo em nosso meio, mas uma certa teologia prática que exalta justamente o ininteligível.
* Também publicado em www.ultimato.com.br, na seção Palavra do Leitor.
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