No dia 14 de julho, segunda-feira, enviei para o "site" www.ultimato.com.br um texto chamado O problema da subcultura evangélica, onde refleti sobre o fato de o grande número de evangélicos na cidade do Rio de Janeiro não fazer diferença em termos de transformação social. Entre outras coisas, disse que a ingerência de evangélicos no "mundo exterior" geralmente redunda em problemas...e infelizmente o noticiário tem destacado, desde ontem (15/07), a Operação Pecado Capital, em que diversas entidades evangélicas estariam envolvidas com o desvio de mais de 60 milhões de reais em verbas públicas...no Estado do Rio!
É certo que não são apenas igrejas evangélicas, havendo também associações de moradores, centros espíritas e outras tantas instituições. Mas a considerável quantidade de igrejas evangélicas assusta.
O "site" de O Globo tem a lista das Organizações Não-Governamentais (ONG´s) que integravam o esquema, segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (http://www.oglobo.com.br/servicos/pop_infografico.asp?p=/fotos/2008/07/15/tabela_ongs_cheques.gif&l=655&a=6764).
Constam nomes de Assembléias de Deus de vários ministérios, igrejas pentecostais, enfim, diversos grupos intitulados evangélicos. Um tal de Projeto Filipenses teria desviado mais de 6 milhões de reais, sozinho...
Peço que o leitor examine por si mesmo os links que menciono abaixo, para entender do que se trata. Em suma, por meio do programa Saúde em Movimento, a PRO-CEFET, entidade contratada sem licitação, teria repassado dinheiro ao Projeto Filipenses e à Alternativa Social, que por sua vez teriam entregue quantias enormes a cerca de 138 ONG´s. Essas entidades sacavam, com cheques, valores sempre abaixo de R$100.000,00 para não passar pelo crivo do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
O esquema teria sido feito em 2005 e 2006, para beneficiar a pré-campanha presidencial de Garotinho. O casal Garotinho teve seus bens arrestados pela Justiça, havendo também o bloqueio de todos os valores que têm em instituições financeiras. Foram denunciados por desvio de verbas públicas e improbidade administrativa, com outras 32 pessoas.
Devemos acompanhar o caso. Estou repetindo o que li em jornais on line e assisti no Jornal Nacional. Mas precisamos desde já avaliar as coisas com discernimento, e entender de uma vez por todas que a inserção evangélica na sociedade está sendo a mais desastrada possível.
Adianto que não é o momento de pastores como Silas Malafaia e Jabes Alencar irem à televisão dizer que há perseguição da mídia contra os Garotinho e os evangélicos. Eu sou evangélico e não me sinto perseguido pela imprensa. Sinto-me perseguido pela tristeza em ver que o bom nome do Evangelho não tem sido empunhado por tanta gente que se diz cristã, e que só contribui para que a evangelização do Brasil seja cada vez mais difícil.
Fiquemos atentos. A justiça de Cristo não se coaduna jamais com a corrupção. Em vez de ideologias superficiais supostamente baseadas no Apocalipse, precisamos atentar para os fatos, para as coisas como elas se apresentam.
Informações podem ser consultadas no "site" do G1, do Jornal O Globo, e do Estadão.
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