Iniciando a série Entre números e genealogias, que colherá lições devocionais dos primeiros nove capítulos de I Crônicas, temos a passagem referente a um personagem chamado Jabez.
Diz o texto bíblico:
"Foi Jabez mais ilustre do que seus irmãos; sua mãe chamou-lhe Jabez, dizendo: Porque com dores o dei à luz. Jabez invocou o Deus de Israel, dizendo: Oh! Tomara que me abençoes e me alargues as fronteiras, que seja comigo a tua mão e me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha aflição! E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido" (I Cr 4.9,10, na ARA).
Em meio ao rol dos descendentes de Judá, filho de Israel, o cronista pára a fim de comentar um pouco da vida de Jabez, apontado como "mais ilustre do que seus irmãos", "o homem mais respeitado de sua família" (NVI), "superior a seus irmãos" (EP). Deve ter sido uma pessoa de grande prestígio. Do contrário, não mereceria tamanha honra conferida pelo cronista. Mas, em que Jabez foi tão ilustre?
A diferença na vida desse personagem foi sua oração a Deus. Contrariando a origem de seu nome - dificuldades no parto -, Jabez resolveu falar com Deus e pedir que lhe aumentasse as terras e o livrasse do mal e das dores. Em vez de se deixar levar por um fatalismo do tipo "eu nasci dando problema, sempre darei problema, aquele homem decidiu andar para frente. E andou.
O fato de a Bíblia registrar a oração de Jabez de maneira elogiosa ensina-nos algumas coisas importantes:
(a) Não é pecado querer prosperar.
(b) Deus aprecia a confiança n'Ele depositada.
(c) Deus quer participar dos assuntos dos homens.
(d) O homem pode pedir a Deus.
(e) A oração produz efeitos.
Agora, trabalhemos cada um desses itens:
(a) Não é pecado querer prosperar. Pecado é priorizar as riquezas, ser materialista, ficar ansioso pelos cuidados da vida, só pensar em dinheiro, medir a espiritualidade pelos bens que se tem. Um dos males da Teologia da Prosperidade é o de inibir nossa disposição de tratar do tema da prosperidade, por termos o receio de que prosperidade seja o mesmo que riqueza. Prosperar não é enriquecer. Por isso, a boa teologia da prosperidade efetivamente bíblica não coincide com a teologia da riqueza. Embora nem todo cristão possa enriquecer, todo cristão é chamado a prosperar. A prosperidade bíblica vai além das posses: envolve a família, a administração do tempo, o estudo, o profissionalismo. Prosperar é andar para frente, melhorar de vida no sentido de obter qualidade de vida, e não o de alcançar riqueza, sucesso ou fama aos olhos do mundo. Vale dizer também que a virtude da pobreza de espírito (Mt 5.3) nada tem que ver com o "espírito de pobreza".
(b) Deus aprecia a confiança n'Ele depositada. Jabez se tornou ilustre porque confiou em Deus. Ele não pediria nada ao SENHOR se não confiasse n'Ele. Confiar em Deus é fruto do Espírito, porque esse é o sentido da fé ou fidelidade em Gl 5.22.
(c) Deus quer participar dos assuntos dos homens. Nosso SENHOR é transcendente, mas também é imanente. Ele não é como o deus dos deístas, que ensinam que Deus criou o mundo e o deixou funcionando como um relógio, mas sem intervenções. Deus intervém em nossos assuntos particulares. Ele quer nos abençoar. Deus não pode ser visto como um pai rancoroso que diz "não" antes de ouvir o pedido do filho. Deus é bom, e Seus desígnios sempre são os melhores, ainda que diferentes daquilo que pedimos ou pensamos.
(d) O homem pode pedir a Deus. Destaquei a palavra "pedir" porque quero enfatizar que o homem não deve determinar nada a Deus. O SENHOR é quem determina - o servo obedece, pede, até implora. Jabez não determinou nada a Deus, não exigiu a bênção, não cobrou atitudes de Deus, não reivindicou absolutamente nada com base em seus méritos. Aliás, ele só foi ilustre porque confiou em Deus. Outrossim, é recomendável que nossos pedidos sejam claros e precisos, porque orações vagas demonstram falta de consciência das necessidades. Agora, se não soubermos o que queremos, devemos pedir orientação nesse sentido. Eu mesmo às vezes nem sei o que pedir, e tenho certeza de que isso não é bom. Deus nos ajuda desde o pedido até a resposta.
(d) O homem pode pedir a Deus. Destaquei a palavra "pedir" porque quero enfatizar que o homem não deve determinar nada a Deus. O SENHOR é quem determina - o servo obedece, pede, até implora. Jabez não determinou nada a Deus, não exigiu a bênção, não cobrou atitudes de Deus, não reivindicou absolutamente nada com base em seus méritos. Aliás, ele só foi ilustre porque confiou em Deus. Outrossim, é recomendável que nossos pedidos sejam claros e precisos, porque orações vagas demonstram falta de consciência das necessidades. Agora, se não soubermos o que queremos, devemos pedir orientação nesse sentido. Eu mesmo às vezes nem sei o que pedir, e tenho certeza de que isso não é bom. Deus nos ajuda desde o pedido até a resposta.
(e) A oração produz efeitos. Ninguém pense que a oração é uma coisa infrutífera, meramente plástica. A oração surte efeitos. Jabez recebeu a honra de ter sua breve história narrada pelo cronista porque ele confiou em Deus. O homem ora, Deus responde. Há uma relação bilateral, interpessoal.
Que sejamos como Jabez. Conseguir um emprego melhor, passar num concurso público, ter um bom casamento, comprar uma casa ou um carro, tudo isso e tantas outras coisas devem ser confiadas a Deus. O SENHOR não vai ficar chateado se lhe pedirmos as coisas que consideramos necessárias ou importantes - devemos, sim, ter fé e submeter nossa vontade à Sua Palavra e aos Seus propósitos.
Até o próximo texto dessa série!
Nenhum comentário:
Postar um comentário