Domingo eu terminei a leitura do livro Liderança Espiritual segundo Moody, de Steve Miller. Comprei o livro para minha esposa porque sei que há anos ela leu uma biografia de Moody e gostou muito. Agora, tivemos oportunidade de ver, juntos, algo mais sobre esse importante pregador americano do Séc. XIX.
Dwight Lyman Moody era um homem muito simples. Começou a vida como vendedor de sapatos em Boston, na loja de seu tio, que lhe exigiu assiduidade na escola dominical. Moody converteu-se justamente na escola bíblica dominical. Ele não sabia que tinha alma, até que o professor da escola bíblica lhe disse!
Moody era excelente vendedor e usou seu talento para atrair pessoas à igreja. Mudando-se para Chicago, ele começou a servir ao SENHOR entre as crianças do bairro pobre The Sands.
Quase analfabeto, sem ordenação pastoral, mas com um crescente desejo de servir a Cristo, Moody decidiu reservar cada vez mais tempo para a Obra do Mestre. Ele entendeu que pessoas "leigas" deveriam ser treinadas para atuar no serviço cristão, e com isso instituiu conferências e escolas de treinamento visando à preparação de cristãos que exerciam alguma profissão, e que, portanto, não tinham como dedicar tempo integral à igreja. Ele mesmo era um "leigo".
Confesso que neste contexto eu não gosto da palavra "leigo", e por isso a tenho escrito entre aspas. Acredito que a distinção entre oficiais e "leigos" venha da noção de que o ministro do Evangelho tenha que possuir formação acadêmica em teologia. Moody é prova incontestável de que um pregador ou pastor não tem que necessariamente passar por bancos escolares de teologia...
Veja bem: a formação bíblica é fundamental para o líder, mas essa formação nem sempre advém de uma instituição de ensino superior ou de um seminário. O conhecimento e o treinamento para o ministério não decorrem exclusivamente de um curso de teologia, ao passo que nem todas as matérias do curso de teologia são dirigidas ao pastor ou pregador - muitas vezes o que se tem em vista é a formação do teólogo, o que é diferente de pastor ou pregador!
Mas, voltando a Moody, ele me causa admiração por sua compreensão da Palavra de Deus e do caráter de Deus. Suas palavras sintetizam muito bem a missão do líder de igreja ou do pregador. Além disso, era humilde, estudava a Bíblia com afinco, valorizava a oração, buscava o poder do Espírito, e sabia incentivar outras pessoas na tarefa de evangelização. Outro aspecto importante é que ele sabia pedir desculpas quando estava errado.
Dentre as tantas coisas que despertam interesse na biografia de Moody é que ele desenvolveu um ministério dirigido à pessoa humana, e não a métodos inovadores nem mirabolantes. Um dos motivos de seu sucesso foi a valorização das pessoas. Como exemplo disso há o fato de que ele criou as chamadas "salas de interessados" para que as pessoas dialogassem e recebessem conselhos de obreiros "leigos" depois das reuniões. Ele não se conformava em despedir o povo sem ofertar uma atenção individual.
Assim, tanto as "salas de interessados" como as conferências e as escolas de treinamento foram organizadas para atingir as pessoas.
Estima-se que Moody alcançou muitos milhares de pessoas com a pregação do Evangelho.
Entre os eloqüentes e eruditos pregadores de seu tempo, não há muitos que, à semelhança de Moody, tenham deixado um legado tão rico para a posteridade. Por isso há tantas biografias suas, como as que Steve Miller usou para pinçar elementos de liderança espiritual.
Moody era tão humilde que às vezes deixava de pregar para ouvir homens muito mais novos ou inexperientes, não sem fazer suas anotações enquanto escutava o pregador. Moody achava que anotar era um bom método de guardar informações para o aprendizado. E não se sentia inferior por causa disso.
Curiosamente, o iletrado Moody deu origem ao que hoje se chama Instituto Bíblico Moody, um lugar que, entre outras coisas, promove o ensino bíblico.
Fiquei tão comovido com a história de D.L.Moody que inseri neste blog o único retrato que lhe restou, e que só foi salvo do incêndio em Chicago (1871) porque sua mulher insistiu. Se fosse por ele, o retrato se queimaria, pois considerava errado que a única coisa salva do incêndio fosse sua própria imagem.
A simplicidade do Evangelho fez de Moody um homem notável, o que ilustra o princípio absoluto de que os humilhados serão exaltados.
Cá com os meus botões, não dá para ler a história de Moody sem ficar ruborizado com o meu jeito de servir a Deus, e com a situação da Igreja no Brasil, que troca a simplicidade do Evangelho pelo orgulho espiritual e pela ambição materialista.
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