Acabo de ler num site evangélico dois comentários a um artigo de certo teólogo, em que os leitores reclamam de que o escritor possui uma linguagem muito rebuscada e por isso distante dos leitores, o que, segundo eles, dificultaria a comunicação das idéias. Essa queixa é comum.
De minha parte, vejo que nem sempre o texto tem o objetivo de ser compreendido por todas as pessoas, pois a técnica precisa de uma terminologia especial, adequada à ciência. Aliás, a definição de ciência não possui somente método, princípios e objetividade, mas também linguagem própria. Toda ciência tem um conjunto característico de palavras que expressam o conteúdo de determinado ramo científico, como o Direito, a Teologia, a Biologia etc.
Já pensou se minha esposa tiver que traduzir sua dissertação de mestrado em biologia vegetal com palavras que todo mundo vai entender? Vai chegar um momento em que ela precisará de ilustrações bem pobrezinhas, para que eu entenda. Mas para a comunidade científica é possível sintetizar milhões de ilustrações pobres numa só palavra, ou numa expressão, como "metabolismo secundário", por exemplo.
Ora, se o camarada é teólogo ou acha que gosta disso, que procure estudar teologia de verdade, para compreender os conceitos. Querer rebaixar o conhecimento abraçando uma terminologia pobre é um dano à ciência.
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