terça-feira, 8 de abril de 2008

Mais um nome de igreja e mais pano pra manga

É verdade que já existe a Igreja Assembléia do Reino de Deus? Que coisa, não? Até parece uma fusão da Assembléia de Deus com a Universal do Reino de Deus...
Já inseri neste blog algumas linhas sobre nomes de igrejas, mas sempre dá para dizer mais alguma coisa, porque as igrejas surgem todos os dias....
Há listas circulando na Internet. Alguns nomes são, na verdade, verdadeiras frases. Outros derivam de igrejas conhecidas, mas sabemos que nem sempre o mesmo nome significa mesma doutrina e administração - a idéia deve ser "pegar carona" no "sucesso" da igreja maior. Alguns nomes beiram o ridículo, outros são rídículos, e outros ainda ultrapassam tudo que possa ser chamado de ridículo. Há nomes megalomaníacos, que exaltam a pequena igreja como internacional, mundial, universal, cósmica ou interplanetária. Há também os nomes que enaltecem o líder, os nomes que proclamam heresias, e os nomes que parecem anedotas, de tão debochados.
Quando o pessoal não-evangélico faz piadas sobre essa situação, a gente acha ruim, mas não deveria achar nada ruim. Deveríamos ter vergonha disso tudo. Onde já se viu? Em vez de crescer, a Igreja diminui, se divide, se pulveriza em microscópicos agrupamentos de pessoas mal-informadas que seguem um líder (?) desinformado ou mal-intencionado. Com isso, a imagem que se tem de evangélico se torna cada vez mais distorcida, com uma doutrina estranha, multifacetada, contraditória.
O que as pessoas pensam do evangélico? Ah, dizem eles, "evangélico é aquele que fala mais do demônio do que de Deus, paga o dízimo ao pastor e espera alcançar bens materiais por meio do que chama de fé". Essa análise - penso eu - não está sociologicamente errada.
Mais do que isso: enquanto antes nossa marca negativa era a supervalorização da ação demoníaca e uns costumes do século retrasado, agora corremos o risco de sermos vistos como os mais materialistas desse mundo, porque só falamos das coisas desta vida, como casa, carro e conta bancária. Esperamos um Céu teologicamente pouco conhecido e pouco proclamado, enquanto cultivamos uma vida de apego às coisas terrenas.
As igrejas históricas também deram sua contribuição para que as igrejas neopentecostais marcassem o curso do evangelicalismo brasileiro, pois - perdoem-me a franqueza - se fecharam em seus redutos confortáveis, se preocuparam demais com problemas internos e não evangelizaram o Brasil como deveriam.
Quando é hora de elogiar, eu elogio: não fosse a atuação destemida dos crentes da Assembléia de Deus, a partir do final da primeira década do Séc. XX, como estaríamos hoje? Não podemos negar que muitos e muitos dos crentes sérios que se escandalizam com a bagunça neopentecostal foram alcançados pela mensagem pentecostal, enquanto os históricos ficavam discutindo se a glossolalia (dom de línguas) era para os nossos dias ou não.
Movidos pelo poder do Espírito Santo, esses homens simples saíram do Norte e Nordeste, desceram para o Sudeste e ganharam milhões de pessoas para Cristo. Depois, veio a confusão, pela falta de discipulado consistente, pela (de)formação de líderes, pela falta de educação bíblica e teológica adequada.
Nossos dias amargam a conseqüência de nossos erros. Quem tem saudade do que não viveu está com um dilema: nada pode fazer pelo presente, pois não sente que vive no presente, e chora pelos dias que se foram.

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Um dos terríveis problemas da Igreja evangélica brasileira é a falta de conhecimento da Bíblia como um sistema coerente de princípios, promessas e relatos que apontam para Cristo como Criador, Sustentador e Salvador. Em vez disso, prega-se um "jesus" diminuído, porque criado à imagem de seus idealizadores, e que faz uso de textos bíblicos isolados, como se fossem amuletos, peças mágicas a serem usadas ao bel-talante do indivíduo.

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Bases de Fé

Creio:
Em um só Deus e na Trindade.
Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão.
Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal e sua ascensão aos céus.
Na pecaminosidade do homem, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode salvá-lo.
Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus.
No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor.
No batismo bíblico em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus, através do poder do Espírito Santo.
No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo.
Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade.
Na Segunda Vinda de Cristo.
Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo.
No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis.
E na vida eterna para os fiéis e morte eterna para os infiéis.