Vou ser sincero: não concordo com o exercício de mandatos públicos eletivos por parte de pastores em atividade. Se o pastor pretende se candidatar a cargo público eletivo, deve se licenciar da função pastoral. Ofício eclesiástico não combina com mandato político.
Existem alguns motivos para eu pensar assim: a) a política envolve interesses que, não raro, podem se confundir ou conflitar com os interesses da igreja, o que causaria uma suspeição na própria atividade política; b) a posição de líder de igreja faz com que o pastor exerça uma influência natural sobre os membros, o que pode acarretar conseqüências ruins em termos políticos; c) seguindo a lei física de que um corpo não pode ocupar dois lugares ao mesmo tempo, fica difícil imaginar que o pastor-político ou o político-pastor exercerá com eficiência as duas funções.
Dessa forma, meus argumentos giram em torno de três aspectos: a) ético - evitar a suspeição; b) político - evitar influência no membro-eleitor; c) lógico - evitar o desgaste e a ineficiência em funções que exigem muito de quem as exerce.
Então, pelos argumentos ético, político e lógico, entendo que o pastor que deseja se candidatar a um cargo público precisa deixar, ao menos provisoriamente, a função pastoral. Não precisa deixar de ser pastor, porque isso é vocação e dom; mas deve, a bem de si mesmo, se licenciar do trabalho pastoral.
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